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Limite de decibéis é desrespeitado
Por Michelly Cyrillo
Do Diário do Grande ABC
19/09/2010 | 07:09
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Com a Lei Antifumo, os tabagistas e seus acompanhantes passaram a utilizar calçadas em frente aos bares. Em São Caetano, em 97% dos casos a fonte da irritação do reclamante era uma roda de conversa alta em frente ao estabelecimento.

Para evitar transtornos, as prefeituras orientam os proprietários a pedir a colaboração dos clientes ou impedir que saiam com copos. Assim evita-se que grupos estendam a permanência na calçada.

A média de som aceitável na região do Grande ABC é de 80 decibéis no período diurno e 60 à noite. Porém, o que os departamentos responsáveis percebem é que esses limites dificilmente são respeitados.

"Uma conversa pelo telefone, um professor lecionando para uma sala de 30 alunos produz cerca de 50 decibéis. A avenida Paulista no horário de pico, cerca de 90 decibéis. Para as pessoas que moram próximas a lugares barulhentos é perceptível que esse som é muito superior ao ideal", explicou o otorrinolaringologista Daniel Okada.

Além das casas noturnas, outros estabelecimentos como serralherias, canteiros de obras, templos religiosos e mercados de bairro também são alvos de reclamação da população.

SURPRESA - A fiscalização ocorre de surpresa. Os técnicos levam o decibilímetro (aparelho que mede potência de ruídos) no local de onde partiu a denúncia.

A ação é realizada em quatro etapas. Na primeira, se houver irregularidade, é feita notificação e o estabelecimento deve interromper imediatamente a atividade sonora. Na segunda visita, se a infração persistir, é aplicada multa. Se ainda assim o estabelecimento continuar irregular, recebe nova multa com o dobro do valor da primeira. Após a segunda multa, se a irregularidade persistir, em alguns municípios como Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema o estabelecimento é fechado. Confira a quantidade de reclamações de janeiro a agosto deste ano na tabela abaixo.

Dormir mal pode causar até depressão

O excesso de ruídos em ambientes externos não traz prejuízos auditivos aos vizinhos, mas pode acarretar outros problemas de saúde.

Insônia, dificuldade de concentração, irritação, dores de cabeça e até depressão podem atingir a maioria das pessoas que sofrem com o excesso de barulho. O otorrinolaringologista Daniel Okada afirma que o problema é uma questão de cidadania. "O vizinho pode colocar tampões nos ouvidos, tomar remédios para dormir, instalar vidros mais grossos, mas é uma questão de cidadania não abusar. A pessoa não tem perda de audição, mas tem de qualidade de vida"

"O barulho é tão alto, que o meu bebê acorda berrando de susto. Ninguém dorme direito, a vibração é muito intensa", disse a fonoaudióloga Andrea Bassanello, 41 anos, moradora do bairro Jardim, em Santo André.




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