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Raquetes em punho, jovens campeões sacam para o futuro
Gabriela Araújo
Especial para o Diário
18/12/2005 | 08:22
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Que o Brasil é a pátria de chuteiras ninguém tem dúvida, mas no que depender do Grande ABC, muito em breve, o país pode ser também a pátria das raquetes. Surge na região uma nova geração de esportistas que já conquistou importantes títulos, e avisam: estão apenas começando!

Vinícius Morello e Marcela Henriques Brandão são dois exemplos de jovens que usam a raquete para faturar torneios e muitas medalhas. Ele no squash, ela no tênis, esportes diferentes, instrumentos de trabalho iguais.

Vinícius tem 18 anos e é campeão brasileiro juvenil sub-19 de squash. O garoto joga desde 2003 no Clube Atlético Ypiranga. A curiosidade foi o que o transformou em campeão. “Eu pegava bolinhas nos jogos de tênis aqui do clube, e quando ia levar a súmula na diretoria, passava na frente das quadras de squash. Eu ficava curioso, via meus amigos jogando, até que eles me chamaram para uma partida e eu gostei”, diz. O treinador do clube, Renato Gallego, viu o menino jogando e sugeriu que ele começasse seu  treinamento.

“No começo achei meio bobo ficar jogando a bolinha na parede, não entendia nada, mas depois que passei a entender as regras comecei a gostar”. Além do Ypiranga, o garoto também treina no clube 1º de Maio, em Santo André, e já participou do Campeonato Sul-Americano Juvenil, com a Seleção Brasileira.

Marcela também treina em Santo André, na Academia Tênis e Cia, participa de competições interclubes pelo Tênis Clube de São Caetano, e ocupa o primeiro lugar do ranking paulista feminino de tenistas com 14 anos. A garota participou de 18 torneios durante o ano e conseguiu pontuação superior a de outras 170 garotas, também ranqueadas.

A número um começou no tênis aos 12 anos, por influência do pai, que também joga. “Meu pai, meus primos, minha família inteira joga tênis. Meu pai me colocou no esporte e eu gostei, hoje treino de segunda à sexta-feira, mais de três horas por dia”, afirma a garota, que sempre conta com o apoio da família.

Entre os títulos conquistados em 2005, o mais importante para Marcela foi o Master, do qual participaram apenas as oito melhores ranqueadas do Estado. “Terminei em primeiro lugar e foi ótimo porque venci garotas que nunca tinha conseguido ganhar”, fala a tenista.

Mesmo mostrando resultado, os dois craques da região têm algumas dificuldades. Vinícius geralmente apita partidas nas competições paulistas de squash em troca da isenção do pagamento das taxas do torneio, e Marcela sofre com a falta de adversárias. “Têm poucas meninas para eu treinar, na hora de viajar não tem ninguém para formar uma equipe e eu acabo tendo que treinar com os meninos”, diz.

A dificuldade em comum nos dois esportes é a falta de campeonatos na região, o que não impede os craques do futuro de sonhar. “Pretendo fazer faculdade de Educação Física e me tornar professor de squash”, fala Vinícius. “Sinto falta de sair com minhas amigas, ir viajar, mas quero ser uma tenista profissional e treinar muito é um preço que pago para garantir meu futuro”, confia Marcela.   Com tanto entusiasmo, ninguém pode duvidar que o futuro esportivo da região com as raquetes está em boas mãos.




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