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Ritmo industrial cresce 2,7% em SP
Anderson Amaral
Do Diário do Grande ABC
30/06/2006 | 08:13
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A atividade industrial paulista cresceu 2,7% em maio em comparação a abril na série com ajuste sazonal. Sem a correção, a pesquisa aponta expansão de 7,3% ante o mês anterior e 9,3% contra maio de 2005. Os dados integram o INA (Indicador de Nível de Atividade), levantamento conjuntural realizado por Ciesp e Fiesp (Centro e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

As vendas reais aumentaram 16,7% em relação a abril e 30,7% ante maio do ano passado, enquanto o Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) cresceu de 81,1% em abril para 82,8% em maio, segundo o mesmo levantamento.

Para o economista-chefe do Ciesp, Carlos Cavalcanti, o INA de maio pode ser avaliado como um “efeito de compensação”, na medida em que os números de abril foram negativos (queda de 1,4%), porque o mês teve só 18 dias. “Dessa forma, maio compensou as perdas de abril e cresceu sobre uma base fraca”, disse.

Prova disso é que, mesmo com a alta de 8,0% no acumulado janeiro-maio, a média de expansão nos meses de abril e maio é de apenas 0,70%, inferior ao de fevereiro e março (1,48%) e de dezembro/05 e janeiro/06 (2,13%) – o que, na visão do economista, revela “estabilização” da atividade industrial.

Cavalcanti ressalta que as condições para o consumo ainda permanecem positivas, como a facilidade de acesso ao crédito e o aumento da renda, o que também ajuda a explicar os números positivos do mês. Contudo, alguns setores começam a acusar a falta de competitividade com o mercado externo, em função do real sobrevalorizado. É o caso, por exemplo, do ramo de produtos têxteis, cuja atividade caiu 0,2% (com ajuste) em maio ante o mês anterior.

Veículos – Já atividade no setor de veículos automotores se recuperou e cresceu 0,7% (com ajuste) em maio contra abril. Foi a primeira alta mensal após três quedas consecutivas nesse indicador. Mas, nas comparações longas, o segmento continua negativo: redução de 3,0% ante maio de 2005 e de 0,9% no acumulado do ano.

Assim, o INA do segmento reflete os resultados divulgados pela Anfavea, segundo os quais a produção de maio – de 245,2 mil veículos – superou em 10,2% a de igual mês de 2005 e em 20,1% a de abril deste ano.

O levantamento da Fiesp/Ciesp também revelou que o uso da capacidade instalada do setor cresceu de 86,0% em abril para 87,4% em maio, enquanto as vendas cresceram 4,2%, as horas trabalhadas na produção aumentaram 4,5% e o pessoal empregado subiu 0,16% na mesma base de comparação.

Outro setor sensível à economia do Grande ABC, o de metalurgia básica registrou crescimento de 1,1% no INA contra abril, enquanto as vendas totais tiveram expansão de 4,5%, o pessoal empregado cresceu 0,6% e a utilização da capacidade instalada saltou de 87,8% para 91,2%.

Já a atividade no ramo de máquinas e equipamentos cresceu 3,0% em maio em relação a abril e vendas subiram 6,7% na mesma comparação, apesar do quadro de substituição da produção interna por concorrentes importados.

Cavalcanti adverte, no entanto, que o cenário no setor é favorável aos fabricantes de equipamentos que atendem a nichos específicos do Brasil, como é o caso do setor alcooleiro, de algumas áreas da indústria automotiva e do ramo de papel e celulose. “Nesses casos, não há similares no exterior”, avalia.




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