Depois de 28 anos, a Copa de Seleções Estaduais está de volta ao calendário do futebol brasileiro após ser redesenhada pela CBF e se tornar apenas para atletas sub-20. E o Grande ABC tem quatro representantes que podem fazer a diferença na competição – os atacantes André Oliveira, que pertence ao CAD e está emprestado ao São Bernardo, Gleyson Caveirão, do São Caetano, Matheus Lima, do Água Santa, e Vinícius Cabelo, do Santo André, prometem infernizar as defesas adversárias. O primeiro jogo do selecionado paulista será às 19h, contra Rio Grande do Sul, no Estádio Novelli Júnior, em Itu, com transmissão da TV Brasil.

Entre os garotos que representam a região, o sentimento não poderia ser outro senão a felicidade pela convocação para a seleção do técnico Max Sandro.

“Estava indo treinar quando fiquei sabendo. Foi uma correria para chegar para a apresentação (em Itu). Eu não acreditei muito, a ficha não caiu. Minha mãe chora até agora”, contou André Oliveira, que tem como principal característica a velocidade e o drible.

“Eu estava treinando no México com o Água Santa (o time sub-23 do Netuno faz excursão no país norte-americano). Reuniram todos e falaram que um de nós teria de voltar para São Paulo para defender a Seleção Paulista. E falaram que era eu, me deram os parabéns. Você estar entre os melhores é uma felicidade muito grande. É o reconhecimento de um trabalho forte de um ano inteiro”, festejou Matheus Lima, que viajou às pressas para se apresentar – ele, inclusive, foi autor de um dos gols da vitória por 4 a 0 sobre o Celaya no México e é um camisa 9 nato.

A convocação dele talvez seja a mais especial. Isso porque o Água Santa é um clube recém-profissionalizado, o que faz dele o primeiro atleta da agremiação a ser levado para uma seleção. “Me sinto lisonjeado. É especial, porque o clube é novo e já tem um jogador convocado para uma seleção. Estou na história do clube por ter sido o primeiro jogador da história do Água Santa a ser convocado”, comemorou.

E poderia se pensar que o clima entre os quatro não fosse dos melhores, já que todos disputam posição no ataque. Porém, eles garantem que o clima é bom, com muita resenha.

“Chega a ser engraçado... alguns dias atrás a gente disputava clássicos um contra o outro. Batemos um papo legal, estamos nos conhecendo. E cada um procura ajudar o outro”, revelou Cabelo, que ganhou o apelido por conta das madeixas e é segundo atacante.

Dentre os quatro, ele e Caveirão devem marcar presença na Série A-2 do Campeonato Paulista desta temporada. Ambos consideram que a competição pode dar mais moral para retornarem a seus clubes.

“Essa convocação é boa para ganhar experiência. Eu já estava com o elenco profissional. Quando voltar vou tentar manter o foco e a dedicação para evoluir e quem sabe ter a chance de jogar a Série A-2”, afirmou Caveirão, que recebeu o apelido de um companheiro de clube por considerar seu nome muito difícil de pronunciar e é jogador de área.

“Muitas portas podem se abrir no Santo André e fora do clube. Meu foco é fazer uma boa campanha e voltar bem para o Ramalhão, com mais experiência, para realizar boa Série A-2”, comentou Cabelo.

Eles já têm meio caminho andado. Agora, dependem só de si para brilhar e ganhar ainda mais chances na carreira.

Criado em 1922, torneio tenta voltar de vez após 28 anos de hiato

A Copa de Seleções Estaduais tenta se firmar novamente no calendário do País. Criado em 1922, o campeonato é considerado o embrião das competições nacionais, já que, antes dele, somente alguns estaduais eram realizados. Sua última edição foi em 1987.

O torneio foi disputado em 30 oportunidades e o Rio de Janeiro é o maior campeão, com 15 conquistas. São Paulo vem logo atrás, com 13, enquanto Minas Gerais e Bahia têm uma taça cada.

O modo de disputa desta temporada é simples – São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais jogam entre si. Ao fim das três rodadas, entre os dias 12 e 16, em Itu e São José dos Campos, as duas melhores fazem a final, dia 18, no Pacaembu. Originalmente, estava programado que a competição fosse disputada no Estádio do Baetão, em São Bernardo, mas, de acordo com a CBF, as condições não eram as mais adequadas para receber o torneio, sem especificar o que não estaria de acordo.

A Copa de Seleções é organizada pela Sports Promotion, que pagará R$ 100 mil à seleção vencedora. A empresa ficará com a renda de todas as partidas e pagará deslocamento e hospedagem das delegações.