Política Titulo Negado
Gestão Dilma rejeita dar mais dinheiro para museu de Lula

Governo federal nega um aditivo de R$ 4,5 mi para
obra que homenageia ex-presidente em S.Bernardo

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
13/10/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


O governo da presidente Dilma Rousseff (PT) rejeitou pedido do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), para aumentar o valor do repasse para construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador, cujo principal objetivo é enaltecer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em abril, Marinho enviou ao Ministério da Cultura solicitação de incremento no valor para a obra. O petista, que já havia garantido R$ 18,8 milhões em dinheiro público para homenagear seu padrinho político, queria mais R$ 4,5 milhões. Havia expectativa após sinalização de aprovação à verba, o que não se confirmou.

No mês passado, recebeu a resposta negativa. “Entende-se que as quantidades de materiais e serviços indicados pelos projetos executivos já foram analisados em abril de 2014, quando da análise do primeiro aditivo (de R$ 800 mil, aprovado), o que inviabilizaria a solicitação do segundo aditivo, por supostamente já terem sido contempladas”, pontuou, por nota técnica, o Ministério da Cultura. A Pasta pediu embasamento do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), que recomendou a negativa ao aporte adicional.

Ainda de acordo com o Ministério da Cultura, na solicitação da Prefeitura de São Bernardo não constavam “informações relativas a outras alterações nos projetos executivos, relatórios consubstanciados de obra assinados por responsável técnico, que demonstrem quantitativos e, sobretudo, a retirada de determinados itens, aparentemente substituídos por materiais mais caros, como pôde ser observado ao comparar a planilha aprovada no primeiro aditivo com planilha anexa à solicitação do segundo aditivo”.

Localizada na região central da cidade e no antigo mercado municipal, a obra está parada desde novembro – era para ter sido entregue em 2013. A administração Marinho alega falta de recursos para continuação do projeto. Como está abandonado, o prédio ostenta pichações, entulho e mato alto, além de ter virado palco para criminalidade, como consumo de drogas e tentativas de estupro.

Questionada pela equipe do Diário sobre a recusa do governo federal, a gestão Marinho não quis se pronunciar. Ao jornal Folha de S.Paulo há três meses, o governo municipal justificou que o requerimento de mais dinheiro era por necessidades elétricas e hidráulicas não previstas inicialmente.

LARANJA
Além da paralisação, a obra do Museu do Trabalho e do Trabalhador é alvo de investigação do MPF (Ministério Público Federal) por causa responsável pelo projeto, a Construções e Incorporações CEI.

A empresa, sediada em São Paulo, possuía laranja em seu quadro societário: um eletricista desempregado que morava de aluguel na periferia de Diadema. Depois de denúncia do Diário, o suspeito foi retirado da lista de donos da CEI. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) já condenou licitação e contratos para o empreendimento.




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