Duas pessoas foram mortas e três ficaram feridas pelos tiros disparados por ocupantes de um Tempra branco no Mirante do Leblon, ponto turístico da zona sul do Rio, segunda-feira de madrugada. A polícia acredita que os três homens e as duas mulheres que bebiam num dos quiosques do mirante foram vítimas de acerto de conta entre traficantes. "Um dos feridos já foi preso por tráfico", afirmou o chefe de Investigaçoes da 15ª Delegacia Policial (Gávea), inspetor Carlos Gomes.

Ele referia-se a Rogério de Amorim Ribeiro, o "Tala Larga", de 33 anos. Um telefonema anônimo à delegacia informou segunda-feira que Ribeiro havia sido avisado pelo irmao de que traficantes do Morro do Vidigal (próximo ao mirante) exigiam que ele interrompesse a venda de drogas no ponto turístico. Ribeiro foi atingido no abdômem e está internado em estado grave, no Hospital Municipal Miguel Couto.

Gomes acredita que apenas Ribeiro estivesse ligado ao tráfico. "Os outros eram usuários; parece que os médicos do Miguel Couto encontraram resíduo de pó branco no nariz deles", afirmou. A assessoria da Secretaria Municipal de Saúde nega a informaçao.

Entre os que acompanhavam Ribeiro, Edson José de Souza Mendonça morreu no local, Cláudia Amorim foi baleada no ombro e está internada em observaçao no Miguel Couto, Sérgio Ramos de Brito nao resistiu aos ferimentos e morreu no hospital, e Renata Mafra Costa, ficou ferida de raspao na cabeça, medicada e liberada.

Policiais do 23º Batalhao de Polícia Militar (BPM) fizeram operaçao no morro em busca do Tempra branco. No início da tarde, um suspeito foi preso. A polícia recolheu no mirante 15 cápsulas deflagradas e encontrou 900 reais no bolso de uma das vítimas. Freqüentadores do mirante afirmam que Ribeiro vendia drogas ali há pelo menos um ano. "Eles ficavam aqui a noite inteira; às vezes, chegava um amigo, sentava um pouco e, depois, ia embora", contou o empregado do quiosque Edivan Martins.