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Bairro Santo Antônio reúne amantes da bocha

Em S.Caetano, liga é presidida por Pedro Magaroto Neto, que pratica desde os 14 anos e aprendeu com pai e avô

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
09/06/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Lazer, esporte, estilo de vida. É tudo isso que a bocha representa para Pedro Magaroto Neto, 62 anos, presidente da Liga Sancaetanense de Bocha e Malha e do Clube Esportivo Recreativo Beneficente São José – Bochófilo, localizado no bairro Santo Antônio, em São Caetano. O espaço que preside, aliás, é considerado “o templo da bocha no Brasil”, como ele faz questão de frisar.

A prática consiste em lançar bochas (bolas) e situá-las o mais perto possível de um bolim (bola pequena) previamente lançado. O adversário, por sua vez, tentará situar as suas bolas mais perto ainda do bolim, ou remover as bolas dos seus oponentes.

A paixão de Neto pela atividade é herança de família. “Meu pai e avô jogavam e, com 14 anos, peguei gosto pela coisa. Cheguei a praticar futebol de salão, mas meu esporte predileto é a bocha. Não que eu seja um exímio jogador, mas adoro isso”, fala.

O clube que hoje preside foi fundado em 12 de julho de 1963 e ele acompanhou toda a trajetória. A vivência na bocha fez com que o irmão, Guimarães (já morto), o incentivasse a montar uma liga, com o propósito de organizar os grupos que praticam a modalidade esportiva na cidade e ainda atuar na formação de uma seleção que representasse o município em competições estaduais e nacionais.

“Em 2009 abrimos a Liga Sancaetanense de Bocha e a pessoa responsável por isso foi meu irmão. Ele sempre me acompanhava em todos os lugares e me incentivou na criação, porque sabia que eu gostava muito do esporte. Um ano depois de criada, ele foi embora, aos 60 anos”, conta, emocionado.

A atuação da liga vem honrando o compromisso. “Iniciamos com o campeonato municipal de bocha e tínhamos 24 pessoas para participar. Hoje, temos 70”, conta, orgulhoso. De abril a julho ocorre o 5º Campeonato de Bocha Rafa Individual do município e, no segundo semestre, é a vez da competição em dupla, além da categoria só com mulheres (12, no total) e o 1º Campeonato Municipal Interclubes de São Caetano. A galeria da liga conta com mais de 1.000 troféus e o objetivo é aumentar a coleção cada vez mais.

Se muita gente vê a bocha como uma simples prática para a distração, está enganado; ela é também valioso exercício físico. “Um estudo mostrou que uma partida de bocha é equivalente a 40 minutos de caminhada”, destaca Neto.

A duração de um jogo varia, de acordo com ele. “Tem partida que dura dez minutos, outras levam uma hora e meia. Jogo de bocha não é por tempo, quem chegar primeiro aos 18 pontos é o vencedor.”

O presidente salienta que as portas do clube estão abertas para quem quiser conhecer esse esporte que alia saúde e diversão. “Quem ainda não jogou vai aprender, é só chegar que ensinamos com muito prazer”, ressalta Neto.

Talentos musicais locais são reconhecidos no município

A veia musical é forte no bairro Santo Antônio. Lá residem talentos bem conhecidos em São Caetano. Um deles é a violonista e cantora Zilda de Jesus Canavez, 54 anos. O dom foi despertado bem cedo. “Comecei a tocar violão aos 7 anos, com meu avô. Me desenvolvi na música a partir dos 12, a primeira vez que subi ao palco. Dali por diante, participei de vários programas de televisão, em apresentações com Silvio Santisteban (violonista e compositor), que é meu primo. A primeira aula de violão em vídeo no Brasil apresentei com ele.”

Zilda leciona violão em escola de música no bairro que leva o sobrenome do primo. Quando não está atuando como professora, apresenta-se em bares e eventos com o grave timbre de voz que lembra as cantoras Ana Carolina e Cássia Eller – que, aliás, fazem parte do seu repertório.

Outro ícone não só do bairro, mas de toda a cidade, é Francisco Corbacho Filho, mais conhecido pelo nome artístico Sílvio Ramos, 66. “A alcunha foi dada por uma produtora e acredito que tenha sido uma alusão ao cantor Adilson Ramos, que fez muito sucesso”, conta.

Assim como Zilda, ele deu os primeiros passos na música ainda criança. “Quando tinha 5 anos, estava em um comício com o meu pai e ele falou para eu subir no palco e cantar. Custei para ir, mas depois não desci mais”, fala.

Tomando gosto pela coisa, Sílvio Ramos virou figurinha carimbada de programa de calouros na TV. Participou, entre outros, do Chacrinha, vencendo a competição, assim como aconteceu também na atração conduzida por Flávio Cavalcanti, ganhando por “unanimidade dos jurados, que eram 13 ou 14”, orgulha-se.

As principais influências musicais são italianas e castelhanas. “Tenho os dois lados, já que meu pai era espanhol e minha mãe filha de italianos”, diz ele, que é presença garantida na Festa Italiana tradicional do município.

Assim como todos que ingressam no meio musical, o sonho de Sílvio Ramos era ser famoso nos quatro cantos do País. “Mas fico satisfeito de ser conhecido em São Caetano, ainda mais por ser a terra onde nasci”, conclui.

Meninas da ginástica rítmica dão show de graciosidade

O bairro Santo Antônio é mesmo um lugar de gente talentosa. O Clube Esportivo Recreativo Beneficente São José – Bochófilo reúne não só craques da bocha, mas também talentos da ginástica rítmica, esporte que mescla técnicas de movimentos, terapia respiratória e de relaxamento, dança, entre outros.

É lá que o trio Eduarda Campos Aragão, 13 anos, Giulia Grazielli Ligeiro Dantas, 12, e Milena dos Santos Hissnauer, 13, passa cerca de quatro horas, todos os dias, em treinamento. A dedicação tem como objetivo não só o aprimoramento no esporte, mas também conquistar o primeiro lugar do Campeonato Brasileiro de Ginástica Rítmica, que será sediado em São Caetano em agosto. Elas integram a equipe juvenil com outras três adolescentes, porém, as demais são moradoras de outros municípios da região.

As garotas competirão tanto na modalidade individual quanto em conjunto. Sagrando-se vencedoras, representarão o Brasil na etapa sul-americana.

Todas iniciaram na área bem cedo: Giulia aos 4 anos, Eduarda aos 5 e Milena com 7. De movimentos graciosos a lições para a vida são o que se aprende com a atividade. “A ginástica rítmica prepara a gente para ter responsabilidade”, fala Giulia.

“Traz muita maturidade para nós porque, às vezes, viajamos sozinhas e temos que cuidar das nossas coisas”, completa Milena.

Apesar de o próximo campeonato não ser o primeiro do qual participam, a ansiedade é grande. “Estamos em um misto de felicidade com nervoso, mas temos que estar preparadas”, frisa Giulia.

Com a dedicação da equipe, preparação certamente não faltará. 




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