Esportes Titulo Tricolor
Bola parada define clássico em noite de Rogério Ceni

Goleiro falha, mas faz um de pênalti, dá a vitória ao Tricolor e alcança marca histórica

Por Felipe Simões
Do Diário do Grande ABC
04/06/2015 | 07:00
Compartilhar notícia
Celso Luiz/DGABC


Em clássico com duas viradas, o São Paulo levou a melhor sobre o Santos no Estádio do Morumbi, ontem à noite, por 3 a 2. O dia ficou marcado como o que Rogério Ceni atingiu marca histórica ao igualar Raí como décimo maior artilheiro da história do Tricolor, com 128 gols. Paulo Miranda e Michel Bastos também anotaram para o Tricolor, enquanto Ricardo Oliveira fez os dois do Peixe. Com o resultado, o São Paulo foi aos dez pontos, em quarto no Brasileirão, enquanto o Santos ficou nos cinco, em 13º.

Por pouco o primeiro tempo do duelo não deixou o torcedor com sono na fria noite paulistana. Sem Robinho, o Santos abdicava do ataque e não tinha qualquer brilho ofensivo, enquanto o São Paulo pressionava, mas não chegava com perigo à meta adversária. Só a bola parada resolveria. E assim foi.

Aos 33, em falta na intermediária, Michel Bastos ajeitou a bola com carinho, tomou distância e resolveu testar Vladimir. O chute saiu potente, rasante, quicando na frente do goleiro, que contribuiu ao cair tarde: 1 a 0.

O Peixe só não saiu no prejuízo porque, aos 45, Denilson colocou a mão na bola dentro da área e o árbitro assinalou pênalti. Rogério Ceni defendeu a cobrança de Ricardo Oliveira, mas, no rebote, o camisa 9 deixou tudo igual no único chute a gol do Peixe na primeira etapa.

Se o goleiro são-paulino foi bem na penalidade, a história foi outra no primeiro lance da segunda etapa. Logo a um minuto, Lucas Lima lançou para Ricardo Oliveira, que bateu forte e Rogério Ceni aceitou, para festa dos visitantes.
No entanto, a comemoração durou pouco. Com cinco minutos, Thiago Mendes cobrou escanteio na cabeça de Paulo Miranda, que subiu sozinho para deixar tudo igual: 2 a 2. E o jogo passou a ser outro, agitado, apesar das poucas chances. E novamente ela, a bola parada, apareceu para definir o duelo.

Aos 39, Souza foi derrubado na área. Pênalti. E, enquanto milhares de flashes brilhavam nas arquibancadas, Rogério Ceni foi à área para bater e se igualar a Raí.

O jeito perfeito para o torcedor, que pediu ao goleiro para não se aposentar, encerrar o dia na Capital.


Veterano desconversa sobre adeus


O goleiro Rogério Ceni foi a grande estrela da noite de ontem no Estádio do Morumbi. Apesar de ter falhado em um dos gols do Santos, o arqueiro, de pênalti, marcou tento que deu a vitória ao Tricolor no duelo. De quebra, igualou Raí na lista de maiores artilheiros do clube, com 128 gols, a seis de Maurinho, o nono principal goleador da equipe.

Questionado sobre a aposentadoria, Ceni desconversou e não deu data para parar. O contrato do arqueiro vence em 6 de agosto, mas o presidente Carlos Miguel Aidar já afirmou que proporá uma extensão de contrato ao ídolo.

“Eu quero ficar pelas minhas qualidades. Não quero ficar por marketing. Aqui eu jogo pelo trabalho. Quero ajudar o São Paulo Futebol Clube, a entidade. O principal de tudo é que o treinador queira que eu fique dentro de campo”, disse Rogério Ceni, que, após o fim do duelo, conversou com o árbitro Thiago Duarte Peixoto, a quem criticou na primeira etapa.

“Ele (árbitro) quer ser estrela do jogo. Ele tem que só apitar. Se ele quer dar pênalti ou não, isso é outro problema. Tem que repensar conceito de jogo. Falar com educação com o árbitro sem ofensa é algo normal”, chiou o veterano, que levou cartão amarelo por reclamação.


Justiça rompe contrato de Damião, e Peixe fica com a dívida


O atacante Leandro Damião, emprestado pelo Santos ao Cruzeiro, ainda dá dor de cabeça aos paulistas. Ontem, o juiz Pérsio Luís Teixeira de Carvalho, da 4ª Vara do Trabalho de Santos, deu ganho de causa ao jogador, que pedia o rompimento de contrato por conta dos atrasos salariais, de direitos de imagem e de depósito de FGTS. A rescisão tem validade a partir de 13 de janeiro, dia em que a ação foi ajuizada. O clube ainda pode recorrer.

De acordo com a decisão, o Peixe ainda tem de pagar os atrasados de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2014, 13º salário e das férias dobradas, acrescidas de um terço dos vencimentos, além de R$ 500 mil de luvas atrasadas pela assinatura do contrato.

Para piorar, o Santos ainda fica com a dívida de R$ 42 milhões que contraiu junto ao fundo de investimentos Doyen, do qual tomou dinheiro emprestado para contratar o atleta em janeiro do ano passado junto ao Internacional. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;