Política Titulo
Plano de cargos não
tem uma data definida
Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
19/04/2011 | 07:13
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Prefeitura de São Bernardo e Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) ainda divergem sobre o PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários) e o prazo para entrega do projeto à Câmara, fixado para maio, pode expirar. O projeto é uma reivindicação antiga da categoria e promessa de campanha do prefeito Luiz Marinho (PT).

O método de construção e as informações prévias sobre o modelo do plano incomodam o sindicato. De acordo com o presidente do Sindserv, Carlos Roberto da Silva, o Ketu, são quatro itens preocupam a categoria, que são tópicos específicos referentes à classificação de benefícios por cargos, progressão da carreira e capacitação de funcionários. "A avaliação dos cargos é muito ampla precisa ver os critérios. Está difícil (a negociação). Não sabemos direito o que eles vão nos apresentar", pontuou Ketu.

Para o sindicalista, a única forma de acelerar a construção do PCCS e garantir a implementação dentro da previsão do Paço seria intensificar os trabalhos da equipe da Secretaria de Administração. "Vai depender da Prefeitura colocar o time deles em campo para acelerar o processo, porque ainda está lento. Vamos ver se algumas propostas podem ser implementadas em maio", disse.

O cenário conturbado descrito pelo Sindserv, no entanto, não existe para o secretário de Administração e Modernização Administrativa, José Agnaldo Beghini, que garante cumprir o prazo. "Todas as Pastas estão participando da construção. Está bem encaminhado e não temos enfrentando problemas", pontuou Beghini. Em um tom realista, Marinho disse que o cumprimento do prazo vai depender do Executivo e dos trabalhadores.

O PCCS já está atrado. Inicialmente, era para ter sido finalizado em dezembro. Mas foi remanejado para o mês que vem e deve sofrer nova alteração de data.

 

SANCIONADO

Durante a manhã de ontem, Marinho sancionou o projeto de lei que regulamenta o acordo de reajuste salarial para o funcionalismo. Na avaliação de Ketu, "o melhor acordo" já feito na cidade. Os servidores vão ter acréscimo de 6,36%, percentual referente à inflação de março de 2010 a fevereiro de 2011, segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). O pagamento será feito em duas parcelas: 3,36% agora e 3% restantes em março do ano que vem.

A categoria ainda terá incentivo financeiro de R$ 1.150, pago em três parcelas: R$ 400 agora, R$ 450 em setembro e R$ 300 em dezembro. O salário-base passa de R$ 703,80 para R$ 800, somando ganho de 13,67% para 1.600 trabalhadores.

A lei também garante, para o ano que vem, repasse da inflação acumulada (que pode chegar a 5,8%, segundo expectativa do governo federal) e mais 1% de bônus. Os ganhos salariais devem ter 9,8% de aumento em 2012. "Vamos discutir o aumento real no ano que vem também. E tem algumas questões sociais que precisamos discutir, como o plano de saúde, vale-refeição...", declarou Ketu.

 

Em Diadema, valorização comprometida

 

Em meio a paralisações, protestos e ameaças de greve por parte do funcionalismo público de Diadema, o prefeito Mário Reali (PT) declarou que "política é fazer escolhas" e que não pode aumentar a despesa para manter o padrão de manutenção da cidade, jogando balde de água fria na categoria que reivindica 11% de reajuste salarial entre outros 14 itens.

"O cobertor é curto e quando você se mexe para tapar um lado, o outro fica de fora", comparou Reali. Entre os argumentos do prefeito estão, além da manutenção, os investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal em cerca de R$ 225 milhões. Esses recursos exigem contrapartida do município que "seria comprometida em partes".

A pedido do Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema), em protesto na Câmara, o secretário de Gestão de Pessoa, João Garavelo, e o chefe de gabinete, Osvaldo Misso, se reuniram ontem com vereadores para detalhar a negociação. A única novidade no encontro foi uma nota da bancada do PT, a mais criticada durante manifestação da categoria.

Os petistas pedem que a Prefeitura siga a política adotada em 2009 e 2010, em que os servidores receberam reajustes de acordo com a inflação. Portanto, a bancada quer aumento de, pelo menos, 6,36% para que não haja "imposição de perdas salariais ao trabalhador do serviço público".

"Então eles (vereadores) precisam indicar da onde cortar esse recurso, eles não indicam", cutucou Reali. "Eu também queria poder dar ganhos reais ao trabalhador, tenho consciência de que eles são nosso patrimônio, porque os gastos com a folha chegam quase à metade do orçamento. Mas infelizmente a situação é diferente", completou.

O Sindema se reúne hoje com a Prefeitura e aguarda uma contraproposta. Se ela não existir, a categoria avalia em assembleia se vai entrar em greve e quando dará início. O prefeito paga para ver: "Estou otimista que os servidores vão ter clareza de não entrar em greve", disse. A última ameaça de greve ocorreu no dia 7 e o Executivo amarrou a categoria a novas reuniões.

 

GCMs marcam protesto na Câmara de Ribeirão Pires

 

Cynthia Tavares

Os guardas-civis municipais de Ribeirão Pires irão realizar protesto na Câmara durante sessão de hoje. A expectativa é que um representante use a tribuna livre para mostrar quais são as reivindicações da classe.

Os 145 profissionais que atuam na cidade querem aumento salarial e o direito de ganhar hora extra. Atualmente, o salário de um GCM em Ribeirão Pires é de R$ 792, mais 10% de adicional de risco. Outro pedido dos guardas é aprovação de um estatuto para a classe. O documento já está pronto, mas ainda não foi aprovado pela Secretaria de Segurança.

Já a ordem do dia prevê projetos de pouca envergadura. Duas matérias são de parlamentares, sendo que uma nomeia uma praça e a outra declara utilidade pública o Grupo Espírita de Cáritas Lar Nosso Recanto - com isso, a entidade poderá receber subsídios da Prefeitura. O Executivo enviou propositura que cria o Fundo Municipal de Cultura.

 

EXEMPLO

No fim do mês, o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), concedeu aos guardas adicional de 25%. Antes, o percentual era de 18,6%.

A medida foi tomada após a classe lotar o plenário da Câmara e protestar por melhorias. O movimento tomou corpo após uma dicussão entre o chefe do Executivo e um guarda, no Paço.

 

Kiko enviará ao Legislativo projeto com benefícios a trabalhadores

 

Os servidores de Rio Grande da Serra terão uma grata surpresa antes do feriado da Páscoa. O Executivo envirá à Câmara projeto de lei que pretende conceder reajuste salarial para todo quadro de funcionários.

A intenção do presidente da Câmara, Waldemar Perillo (PSDB), é colocar a matéria em votação amanhã. Como a propositura trata de um benefício, a oposição - composta por Cláudio Manoel Melo, o Claudinho da Geladeira (PT), e Cleson Alves de Souza (PT) - não deve se opor.

O prefeito da cidade, Adler Kiko Teixeira (PSDB), não sabe informar de quanto é o reajuste que ele concederá. "Todos os anos temos acompanhado e dado o reajuste da inflação. Acredito que desça para a Câmara nesta semana", declarou. Questionado, mais uma vez, sobre o percentual, o tucano desconversou. "Não sei ao certo. Posso ver e te falar amanhã (hoje) para não falar besteira", declarou.

O chefe do Executivo não tem enfrentado problemas com o funcionalismo municipal. O presidente do Sindserv (Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais) de Rio Grande da Serra, Hilton Olivares, ressaltou que a categoria foi surpreendida positivamente, no ano passado. "O reajuste foi bem melhor do que queríamos."

O benefício concedido foi de de 7% com a redução do custo do plano de saúde dos servidores em até 48%. Olivares ressaltou, na época, que Kiko queria dar apenas 5%, enquanto o sindicato exigia 11%. Mas que ambos "chegaram num acordo satisfatório".




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