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Parques andreenses têm problemas

Reclamações de frequentadores dos espaços vão de mato alto à falta de segurança no entorno das áreas verdes utilizadas para lazer no município

Nelson Donato
Especial para o Diário
17/05/2015 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC


Os parques são as principais áreas de lazer da população do Grande ABC. O Diário inicia hoje série de reportagens sobre as condições dos locais nas sete cidades. Em Santo André, os lugares que deveriam oferecer diversão também acumulam problemas. Mato alto, estruturas danificadas e falta de manutenção e segurança são alguns dos pontos citados pelos frequentadores, que afirmam que os espaços de recreação da cidade já viveram dias melhores.

Frequentemente os parques são, ainda, alvos de vândalos e criminosos, que praticam ações que parecem passar desapercebidas por aqueles que deveriam zelar pela proteção dos frequentadores.

Dos espaços visitados pela equipe do Diário, o que apresenta melhores condições é o Parque Celso Daniel, na Avenida Dom Pedro II, no bairro Jardim, que passou por revitalização concluída em 2014. Lá os equipamentos e as pistas de corrida são boas, e a sinalização é correta, embora a grade da quadra de futebol já esteja danificada.

Os frequentadores afirmam, porém, que a iluminação deixa a desejar. A área foi a primeira da cidade a ser beneficiada pelo projeto Banho de Luz, com a instalação de 720 pontos de iluminação que utilizam lâmpadas de LED, com capacidade luminosa maior. “Falta luz principalmente nas áreas mais periféricas do parque. Quando venho à noite, tenho medo de andar pelo estacionamento”, diz a psicóloga Magda Costa, 41 anos.

No Parque Regional da Criança, no Parque Jaçatuba, a situação é preocupante. Logo na entrada, catracas enferrujadas e corroídas arriscam a integridade física dos visitantes. Alguns brinquedos estão em más condições, outros acumulam grandes poças d’água. O mato está alto e, quando chove, o campo de futebol se torna um lamaçal.

A aposentada Leonice Lopes, 68, lamenta que a área esteja nessas condições. “Venho aqui todos os dias e é triste. Chego antes das 7h, sei que há muitos assaltos, mas nunca vi um guarda.”

Outro local que sofre com a falta de segurança é o Parque da Juventude, no Jardim Ipanema. Frequentadores afirmam que a área virou ponto de consumo de drogas. O músico e produtor Max Pianura Miquel, 31, conta que seu primo já foi vítima de ladrões ali. “Eles o trancaram no banheiro e levaram mochila e celular. Já vi vários alunos de escolas próximas matando aula e usando entorpecentes aqui.”

Segundo o coronel Marcelo Cortez Ramos de Paula, comandante da PM (Polícia Militar) do Grande ABC, a atuação dos batalhões no entorno dos parques baseia-se nos índices criminais. “Há mais rondas onde há registros de ocorrências. É importante destacar que os boletins precisam ser feitos de maneira correta, indicando o local exato do crime.”

Já a Prefeitura informou que os parques tem patrulhamento diuturno da GCM (Guarda Civil Municipal). No Regional da Criança, houve duas prisões neste ano, mas do lado de fora da área verde. Sobre o mato alto, o Depav (Departamento de Parques e Áreas Verdes) disse que fará capinação na próxima semana, quando também deve ser substituída a grade da quadra do Parque Celso Daniel.

Entulho da Gamboa incomoda visitantes

Ao lado do Parque Central ainda está entulho proveniente da desapropriação da favela da Gamboa, no bairro Paraíso. O último barraco foi demolido no dia 31 de março, porém, a retirada dos escombros segue paralisada.

O economista José Melo, 60 anos, reclama de falta de ação por parte da Prefeitura. “Este terreno abriga nascentes. É um absurdo a administração ter pensado em aterrar o material. Tenho certeza que aqui deve haver muitos ratos e também focos de dengue.”

O Parque Central é um dos locais com mais problemas. O mato está alto em várias partes e há grande quantidade de lixo nos canteiros. Um dos lagos situados próximo à entrada principal não escapou da sujeira, que acumula-se em uma das margens.

As pistas de corrida e ciclismo possuem buracos. Os banheiros e as placas de sinalização tem pichações. A ausência de guaritas preocupa quem utiliza o espaço. A dona de casa Tereza Alves da Costa, 58, corre no parque todos os dias e afirma que os guardas dificilmente percorrem toda a área. “Eles raramente vêm para a parte mais alta, só ficam no entorno do seu posto.”

A Prefeitura de Santo André garantiu que a ronda é feita em todo o parque, porém, por ser muito extenso, algumas partes podem ficar descobertas e ser alvo de vandalismo. Já sobre a Gamboa, o assunto está sendo tratado junto à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e, assim que for dado aval, o entulho será removido para local apropriado.  




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