Uma semana depois de renunciar espetacularmente à presidência do partido mais antigo da India, por estar tendo questionados sua capacidade e sua origem estrangeira por cujos alguns dirigentes, a viúva do ex-primeiro-ministro assassinado, Rajiv Gandhi, nascida na Itália, voltou à direçao do Congresso, tal como esperavam todos seus partidários.

Segundo seus adversários - a atual coalizao, dirigida pelos nacionalistas hindus e os dissidentes do Partido Congresso, e a maioria dos analistas políticos, trata-se da conclusao lógica de uma manobra teatral destinada a fortalecer o controle da herança da "dinastia" sobre um partido frágil.

Sonia Gandhi, 52 anos, fará um discurso nesta terça ante cerca de 1. 500 membros do Congresso reunidos em um estádio de Nova Deli, poucas horas depois do partido anunciar que havia reconsiderado sua demissao.

Esta decisao, depois de uma semana de intensas pressoes, com marchas, ameaças de renúncias em massa, greves de fome e tentativas de imolaçao, foi recebida com satisfaçao por seus partidários. Mas Sonia Gandhi retoma a direçao de um partido fragilizado ante a alegria dos nacionalistas hindus do atual primeiro-ministro, Atal Behari Vajpayee, que espera tirar partido nas eleiçoes legislativas antecipadas para reforçar seu poder.

"Este acontecimento coloca em evidência que Gandhi será candidata ao cargo de primeiro-ministro, mas a derrota do Congresso é agora certa", afirmou um porta-voz do partido nacionalista hindu, J. P. Mathur.

O Partido Congresso denunciou que os rebeldes tamis de Sri Lanka, que assassinaram Rajiv Gandhi em 1991, ameaçaram de morte sua líder, segundo a imprensa.