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Obras no Sistema Rio Grande devem começar em dez dias

Meta é construir tubulação para levar 4 m³/s de água a represa do Alto Tietê e diminuir dependência do Sistema Cantareira

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
20/02/2015 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou ontem, durante evento no Palácio dos Bandeirantes, que as obras para transferência de água entre os sistemas Rio Grande e Alto Tietê devem começar em dez dias, aproximadamente. A intervenção possibilitará o envio de 4 m³/s da Represa Billings, que atende à maioria da população do Grande ABC, para a ETA (Estação de Tratamento de Água) Taiaçupeba, em Suzano. A previsão é que o serviço seja executado até o fim do semestre.

O valor investido para a transferência de água do Rio Grande para o Alto Tietê não foi informado. Alckmin disse apenas que não será necessária licitação para a execução da obra. “Vamos usar a área onde passa o gasoduto da Petrobras. Só vai (precisar) desapropriar um pedacinho para a construção da estação elevatória. Toda a área da Petrobras já foi cedida”, detalhou o governador.

Com a transposição, a água tratada no Sistema Alto Tietê será distribuída para moradores das zonas Leste e Norte da Capital, diminuindo a dependência do Cantareira. A ETA Taiaçupeba tem capacidade para tratar 15 m³/s, mas, atualmente, só opera com 10 m³/s em razão da estiagem. “Ainda para o Alto Tietê, prevê-se a captação de 2,1 m³/s no Rio Itatinga para a Represa Jundiaí e a utilização de 0,8 m³/s do Rio Guaió para a Represa Taiaçupeba”, afirmou, em nota, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). No início do mês, o volume entregue aumentou em mais 0,5 m³/s pela adutora do Rio Guaratuba.

A Sabesp acrescenta que o Sistema Guarapiranga terá aumento de 1 m³/s na capacidade de tratamento. “Será feita a captação de mais 2 m³/s do Alto Juquiá para dentro da Guarapiranga, juntamente com mais 1 m³/s, que será captado no Rio Capivari. São, portanto, mais 10,4 m³/s que irão contribuir para minimizar o impacto da atual situação hidrológica durante o ano de 2015”, informa a companhia.

O governador destacou ainda a licitação, já em andamento, para interligação da Represa Jaguari com o Cantareira. A obra está orçada em R$ 830 milhões e deve ser concluída em um ano e meio. A intervenção também contará com verba federal, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Ontem, os seis principais mananciais que abastecem a Grande São Paulo tiveram alta. O Rio Grande chegou a 83,9% de sua capacidade, enquanto o Cantareira subiu para 9,5%, o Guarapiranga foi a 56,8%, o Rio Claro atingiu 34,8%, o Alto Tietê alcançou 17,2% e o Alto Cotia, 36,2%. Se somados, os sistemas possuíam, pela manhã, 394 milhões de m³, o equivalente a 21,1% do total.

Mesmo com alta nos níveis, Alckmin ainda não descarta a adoção de rodízio no abastecimento. “Não tem nem discussão em relação a isso”, garantiu. O tucano sinalizou, entretanto, que se as obras emergenciais forem concluídas até junho, há chance de o racionamento não ser adotado.

Linha 4 do Metrô terá outra licitação

O governo paulista sinalizou que fará outra licitação para retomada da segunda fase de obras da Linha 4-Amarela do Metrô, que hoje liga os bairros Luz e Butantã, na Capital. A construção do trecho complementar, com 12,8 quilômetros e cinco estações, é de responsabilidade do consórcio Isolux Córsan-Corviam, mas os trabalhos estão parcialmente paralisados.

“Ou eles retomam nos próximos dias, ou não tem como manter (o contrato)”, determinou o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Reuniões com o Banco Mundial, financiador do empreendimento, serão feitas nas próximas semanas para decidir o que será feito. Se houver rescisão, o Estado pode convocar as empresas derrotadas na licitação, ocorrida em 2011, desde que elas aceitem manter o preço já acertado de R$ 1,8 bilhão.

As obras do segundo trecho começaram em 2012 e deveriam ficar prontas em 2014. Apenas a Estação Fradique Coutinho foi entregue. Faltam as paradas Vila Sônia, Morumbi, Oscar Freire e Higienópolis.

Alckmin sancionou ontem a lei que garante gratuidade a estudantes da Grande São Paulo que utilizem Metrô, trens e ônibus intermunicipais. Todos os alunos dos ensinos Fundamental e Médio têm direito. Na rede privada, o benefício é estendido a quem comprovar renda familiar per capita de até R$ 1.182 e para universitários inscritos em programas de auxílio estudantil. 




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