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Dívida de dirigente de entidade cria polêmica em S.Caetano

Presidente de observatório possui débitos com o Paço; ele alega que a divulgação é represália

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
20/06/2017 | 07:09
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Um passivo acumulado por duas das empresas do presidente do Observatório Social de São Caetano, Mario Camilo Bohm, tem fomentado polêmica no meio político da cidade. A entidade atua por transparência nos gastos públicos e tem intensificado neste ano o acompanhamento dos processos licitatórios no município, incluindo Prefeitura, autarquias e Câmara, o que criou ambiente de guerra fria nos bastidores. Os débitos das companhias, que atuam na área de informática, referem-se, segundo informações, à falta de recolhimento de impostos, além de multa e juros embutidos.

A princípio, os valores da dívida, de acordo com dados extraoficiais, chegaram a cerca de R$ 520 mil. Bohm admitiu passivo com o Paço, porém negou que o montante tenha atingido esse patamar. Segundo o dirigente, 80% do total “já está sendo parcelado” e o resto encontra-se em fase de negociação para parcelamento. Ele citou que os extratos dos débitos de suas empresas foram divulgados de forma criminosa. “Quebra de sigilo fiscal é crime, pacífico no STF (Supremo Tribunal Federal), a não ser que fosse ajuizado. Estão distorcendo a realidade. A dívida foi contraída devido à crise, condição do mercado. Vejo isso como represália por conta do nosso trabalho, que mexe com interesses.”

A atuação do observatório tem sido fortalecer a verificação do encaminhamento dos certames. Por outro lado, há quem diga que o trabalho possui cunho político para travar o andamento de ações do Palácio da Cerâmica e do Legislativo, visando prejudicar a governabilidade. Bohm rechaçou qualquer conotação neste sentido nas atividades da entidade, pontuando que a instituição não paralisou nenhum processo até agora. “Falam que entramos com recursos contra licitação na Saúde, na Educação. Nada disso se sustenta. Não há comprovação disso e não existe relação de uma coisa com outra”, justificou, ao acrescentando que o órgão é formado por 50 voluntários, “sem filiação partidária”.

Em contrapartida, o observatório havia impetrado ação contra licitações da Câmara. Uma delas era relacionada à contratação de empresa especializada na prestação de serviço técnico e substituição de suporte do acervo documental. A entidade apontou ao TCE (Tribunal de Contas do Estado) possíveis irregularidades no edital de pregão presencial, do tipo menor preço. “Estamos procurando apenas transparência e equilíbrio no uso do dinheiro público. Se tiver alguma ilegalidade vamos apontar. Iremos acompanhar a entrega de produtos comprados”, citou Bohm.  




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