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Enfermeira é afastada após morte em PS em Diadema
Por Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
10/09/2010 | 07:02
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Após a morte da menina Estefani Ferreira de Paula, 11 meses, no domingo, a Prefeitura de Diadema afastou do cargo a enfermeira responsável pela triagem, além de uma agente administrativa durante apuração dos fatos. O médico de plantão na ocasião também será investigado, mas permanece em atividade nesse período.

A administração informou, ainda, que no momento do ocorrido havia "cinco médicos no hospital, um psiquiatra e seis equipes de enfermagem".

A mãe de Estefani, Cristina Oliveira de Paula, 33 anos, pretende processar o hospital por negligência médica e omissão de socorro. A criança morreu nos braços da tia a caminho de outro hospital. "Eles se negaram a atender minha filha. Fizeram pouco caso", afirma.

Segundo a mãe, ao chegar no pronto-socorro às 9h40 e solicitar atendimento urgente, uma enfermeira informou que sua filha só poderia ser atendida após as 16h, quando outro médico chegasse. Ao insistir ela teria ouvido da atendente que "não poderia arrastar o médico pelo braço" já que havia apenas um profissional naquele momento, mas "não para atender emergências".

"Quando cheguei logo me mandaram embora pois não tinha médico. Naquela situação, com minha filha vomitando, pálida e gemendo, que mãe aguardaria até as 16h por atendimento? Quando falei que iria ao Hospital Piraporinha a mesma enfermeira disse que lá também não tinha médico. Fui encaminhada ao Sabóia (hospital de São Paulo no bairro Jabaquara)."

Cristina e a irmã seguiram com a bebê a pé, mas no caminho ela parou de respirar. Elas resolveram voltar ao PS. "Disse que minha filha já tinha morrido. Foi quando um segurança a tomou nos braços e levou para dentro", contou.

Para Cristina, nesse momento, houve uma segunda negligência. "Mesmo quando voltei com ela morta, nem olharam direito. Não tentaram nada para reanimá-la. Uma testemunha disse que o coração dela ainda estava batendo. Negaram-se a atendê-la por duas vezes", revelou. Cristina notou que, depois que sua filha já havia falecido, o atendimento no local foi agilizado pela equipe médica. "O corredor estava cheio de crianças. Foram atendidas uma por uma e rápido. Precisou minha filha morrer para que uma atitude fosse tomada", lamentou.

SAUDÁVEL
A mãe alega que Estefani só havia passado por consultas pediátricas de rotina no Quarteirão da Saúde, e que domingo foi a primeira vez que a criança precisou ser encaminhada ao atendimento emergencial do pronto-socorro anexo. Parentes afirmaram que Estefani era saudável, e que na madrugada anterior ela alternou momentos de choro e sono aparentando muita dor.

A administração afirmou que as medidas necessárias para identificação da causa da morte da criança foram tomadas após o óbito, ainda no domingo. O término do trabalho de análise deve ocorrer em até 60 dias.




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