Cultura & Lazer Titulo Anos 80
Uma homenagem ao Mallandro

Curta 'Ópera do Mallandro' homenageia o ex-apresentador infantil e apresentador e ganhou status de cult

Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
12/05/2008 | 07:05
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O que Sérgio Mallandro tem a ver com Chico Buarque? E de que maneira misteriosa o compositor carioca poderia se relacionar com a banda poser oitentista Twisted Sister? Grande parte da resposta está apenas no título do curta-metragem Ópera do Mallandro, que está disponível deste a meia-noite de hoje no MySpace TV (http://www.myspace.com/andremoraes).

A produção, uma verdadeira ação entre amigos encabeçada pelo ator Lázaro Ramos e o músico André Moraes, homenageia o ex-apresentador infantil e apresentador e ganhou status de cult depois da estréia no último Festival de Cinema do Rio, em outubro.

O argumento é um convite às memórias de quem viveu de alguma maneira os anos 1980 ou, simplesmente, tem bom humor. "Tinha essa idéia de piada há bastante tempo. Queria fazer um disco com as músicas do Serginho. Acabou virando idéia para filme. Contei para o Lázaro, que achou que era sobre o texto do Chico. Quando expliquei, ele ficou doido. Quis dividir a produção comigo na hora", conta André, autor de trilhas sonoras (entre elas, a de Meu Tio Matou um Cara) e diretor da paródia O Destino de Miguel, em que a turma da extinta série Sexo Frágil dubla diálogos picantes sobre cenas de Shakespeare Apaixonado.

Da reunião nasceu então o musical com versões de Glu-Glu, Bilu-Tetéia e Um Capeta em Forma de Guri, sucessos na ‘voz' de Mallandro, misturadas a referências a Buarque e ao universo dos anos 1980, contexto no qual se insere o Twisted Sister.

E essa é a banda preferida do garoto Chico (Michel Joelsas, de O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias), o protagonista. De recuperação na escola, ele tem de desenvolver uma redação criativa em apenas 15 minutos (aproximadamente a duração do curta). Ele começa então a sonhar uma história que mistura a porta dos desesperados com malandros buarquistas. Sua coleguinha, não por acaso, se chama Marieta.

A história, criada a quatro mãos, logo atraiu o restante da turma: Lúcio Mauro Filho, Wagner Moura, Taís Araújo (então casada com Lázaro), Sidney Magal, Jair Oliveira, Angelo Paes Leme e até Sérgio Tadeu, filho do Mallandro e o fotógrafo Zé Bob. Ninguém recebeu pelo trabalho, rodado em São Paulo, em três dias de maio de 2007. "Eu e o Lázaro colocamos R$ 5.000 cada um. Não fosse o apoio de todo mundo, o curta ficaria em torno de R$ 250 mil", conta André, que, apesar de não ser ator, é o protagonista do filme Desafinados, de Walter Lima Jr., que estréia em agosto.

A escolha de Michel Joelsas para o papel principal foi óbvia à época. "Ele é a criança do cinema brasileiro. O Lázaro e eu escolhemos juntos. O Michel adorou. E foi legal porque ele não conhecia o Sérgio Mallandro, achava que era o Mendigo do Pânico", relembra André.

A oportunidade de mostrar o trabalho na web é tudo o que diretor sempre quis. "O MySpace é extremamente democrático. E como curtas não entram em cartaz no Brasil, é a oportunidade de Ópera sair do circuito de festivais", diz. E quanto à reação do homenageado: "Ah, ele adorou, claro!".




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