O julgamento de dois policiais militares acusados de matar quatro jovens, com idades entre 16 e 25 anos, no dia 22 de abril de 2011, no Jardim Santo André, começa a partir das 9h de amanhã no Fórum andreense. Ronaldo dos Santos Ferreira e Ricardo Bernardo da Silva vão à júri popular pelas mortes do cabeleireiro Luis Fernando da Silva Egea, 19 anos, do cobrador de ônibus Fábio Bacilieri, 23, do estudante Felipe Dias Rodrigues, 16, e do desempregado Robert William Rodrigues, 25.

O crime ocorreu por volta das 3h da Sexta-Feira Santa. Os jovens, que conversavam na Rua Quatorze de Junho, foram mortos com tiros de calibre 380 e ponto 40, armas que são de uso exclusivo da Polícia Militar. Três deles foram assassinados de joelhos com tiros na cabeça e nas costas. Rodrigues presenciou a chacina e foi morto enquanto fugia.

Um terceiro réu, Caio César de Lima, recorreu da decisão de júri popular e, por isso, teve o julgamento desmembrado. A data ainda não foi marcada.

Para o pai de Luis Fernando, o motorista Rogério Fiorio Egea, 49, a Justiça será feita. “Não diminui a dor, mas quero que eles peguem 30 anos de prisão sem possibilidade de regressão da pena”, afirmou.

Desde a morte do jovem, a família humilde enfrenta a falta de apoio do poder público e problemas de saúde. “Meu outro filho tem sinais de depressão, e até hoje não consegui superar a perda. O Luis Fernando era um jovem trabalhador, não merecia isso. É uma dor que não passa nunca.”