Os comerciantes da avenida Goiás, em São Caetano, já temem sofrer queda no faturamento por conta das obras de rebaixamento da pista, anunciadas pelo prefeito José Auricchio Júnior (PTB). As mudanças, que devem ter início no final deste ano e durar cerca de dois anos, atingirão o trecho compreendido entre as ruas Paraíba e Oswaldo Cruz. Porém, Auricchio garante que serão feitos estudos para minimizar o transtorno aos donos de estabelecimentos nesse período. Técnicos de uma empresa terceirizada estão, desde sexta-feira, fazendo o levantamento topográfico da avenida.

O anúncio da reforma preocupou o farmacêutico Silvio Gimenez, da drogaria Almeida, que está no local há 22 anos. "Com certeza vai atrapalhar muito o fluxo, já que a gente depende de vaga na rua para os clientes", analisa. O proprietário da loja de acessórios Shadow, Eduardo Francisco Capo, também está apreensivo. "A situação já está difícil. Com a reforma, vai ficar pior. Pode acontecer de a Goiás ficar marcada para sempre e cair o movimento geral. Na minha opinião, não precisava fazer nada", analisa.

O sociólogo José Roberto Gianelo, que trabalha na Fundação Pró-Memória, que fica na Goiás, também não concorda com a obra. "Acho problemático este tipo de intervenção. Não sei para onde esse trânsito vai ser desviado. Tenho certeza que a cidade vai virar um caos. Acho isso uma temeridade", opina.

Na contramão das opiniões, o presidente da Associação Comercial e Industrial de São Caetano, Ivan Cavassani, acredita que a possível queda no faturamento agora será recompensada pelas melhorias no local daqui a 24 meses. "O custo-benefício dessa obra é muito maior do que o transtorno. Com certeza, também melhorará o fluxo para a região central e atenderá os comerciantes dessa região. É necessário que haja um esforço de todos, inclusive dos donos de estabelecimentos da Goiás. A Associação Comercial apóia essa obra", diz Cavassani, que já teve algumas reuniões com o prefeito sobre o assunto.

Apesar do tempo da reforma, Auricchio garante que o comerciante da avenida não sofrerá queda de faturamento, já que a maior parte da obra será subterrânea. "É papel do comerciante reclamar. Sabemos que terra e trator não agrada ninguém. O que agrada são os resultados que as obras trazem. Porém, em nenhum momento dos 24 meses a via será obstruída totalmente. Nós vamos realizar conversas com os comerciantes, mas temos a convicção de que ela (obra) é necessária para a cidade", avalia o prefeito.

Consulta – No mês de setembro, a Prefeitura fará uma consulta pública para que a população opine sobre as obras. Será criado um link no portal da Prefeitura para a discussão. O site é www.saocaetanodosul.sp.gov.br.