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Filippi amplia espaço para aliados em Diadema
Por Evelize Pacheco
Do Diário do Grande ABC
29/12/2004 | 10:03
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O prefeito José de Filippi Júnior (PT) inicia o segundo mandato em Diadema com o desafio de administrar não somente os problemas inerentes da cidade, mas a nova composição política do governo 2005/2008. A base aliada de Filippi abriga, além dos aliados históricos PC do B e PV, o PMDB, PFL, PSDC, PMN e os candidatos do PL, PRTB e PFL – estes últimos agregados no segundo turno.

O tamanho da máquina administrativa acompanha a evolução das alianças, pois a partir de 2005 serão 17 secretarias, contra as 10 que existiam na primeira etapa do mandato de 2000/2004. Filippi fez a reforma administrativa em duas etapas: no fim de 2003 criou as secretarias de Comunicação, Habitação e Governo Eletrônico. Pastas ocupadas por técnicos das respectivas áreas, ligados ao PT. Após as eleições, foram criadas outras quatro secretarias: Abastecimento, Transporte, Cultura e Esportes.

Será um novo cenário para um partido que praticamente dava as cartas dentro e fora da administração diademense. Filippi pretende renovar as diretrizes do governo, com um quadro mais político, canal aberto para novas composições e também para novas divergências. O petista já deixou claro que quer renovar o modo como vem conduzindo a Prefeitura – sinal que velhas fórmulas serão descartadas. Entre as novas atitudes, a capacidade de articulação de seus secretários com outras esferas de poder é a destacada pelo petista – com o intuito de captar recursos e programas para a cidade. O exemplo já foi adotado nos dois últimos anos, com diversas visitas a ministérios em Brasília, o que rendeu uma série de investimentos nas áreas da saúde e habitação.

Como toda mudança, obviamente, a atitude de Filippi poderá causar algum mal-estar entre os pares dentro do PT. Resta saber se a reação abalará os planos políticos do prefeito de marcar a hegemonia dentro do diretório.

Câmara – Fora dos muros da administração, Filippi contará com um quadro mais reconfortante do apoio já garantido de 12 dos 16 vereadores da nova legislatura na Câmara. A maior bancada continua sendo a do próprio PT, com cinco parlamentares, reforçada com representantes do PC do B, PMN, PMDB, PV e PSDC. Num primeiro momento, o petista não enfrentará grandes dificuldades para aprovar os projetos de interesse do Executivo, ou, pelo menos, terá canais abertos para chegar a um consenso.

A oposição também já está clara e significativamente mais condensada nas mãos do PSDB e do PSB. Se seguirem o roteiro adotado na campanha de 2004, os dois partidos deverão ter postura de crítica agressiva à figura de Filippi e ao próprio PT.

Essa concentração de forças bem delineadas dentro da Câmara não foi apenas resultado de articulações calculadas pelas forças políticas. Deve-se também à resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que determinou o corte de cinco vagas no Legislativo diademense. Sem cinco vagas, muitas coligações mesmo com votação expressiva, não atingiram a quantidade necessária para emplacar um representante na Câmara. O caso mais simbólico desse desequílibrio é o PL: com o candidato de maior votação, o Pastor Edmilson Cruz (4.744 votos), a legenda não conseguiu elegê-lo.

O corte colaborou também com a renovação das figuras políticas: dos 18 vereadores da legislatura passada que disputaram a reeleição, apenas oito conseguiram prolongar o mandato por mais quatro anos. Essa longevidade fica mais evidente na bancada petista: dos cinco vereadores, quatro foram reeleitos. Já a antiga oposição – formada pelo PPS, PSDB e parte do PL – sofreu uma baixa. Nenhum vereador conseguiu se reeleger, fato encarado por alguns governistas como sinal de enfraquecimento das forças ligadas ao ex-deputado José Augusto, derrotado no segundo turno por uma diferença de apenas 554 votos.

Confira os eleitos em Diadema

Prefeito
José de Filippi Júnior, 47 anos, engenheiro, filiado ao PT desde 1982. Foi prefeito em dois mandatos: 1992 e 2000. Também foi deputado estadual em 1998. É casado, tem dois filhos. Formado na Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), trabalhou como engenheiro na Prefeitura de Diadema em 1983. Sua trajetória política começou no PT, foi secretário de Obras no governo do agora rival José Augusto da Silva Ramos (PSDB). Na eleição de 2004, obteve 111.333 votos no segundo turno.

Vice-prefeito
Joel Fonseca, 49 anos, sindicalista, filiado ao PT desde 1982.  Atuou no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e  Diadema nessa mesma época. Também foi coordenador  do Mova (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos) na cidade. Em 2000, foi eleito vice-prefeito ao lado de Filippi, e durante o mandato ocupou também a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Vereadores
Maria Aparecida Ferreira (PMDB), 63 anos, advogada, viúva, três filhos, três netas e um neto. Votos obtidos: 4.686. Eleita para o quinto mandato, atua sobretudo nas áreas que envolvem as questões sociais. Objetivos: buscar melhorar o bem-estar da população, com foco na cidadania, saúde, educação, família, incentivo ao crescimento de indústrias e mais segurança.

Milton Capel (PMDB), 54 anos, projetista, casado, três filhos. Votos obtidos: 4.258. Eleito para o sétimo mandato, atua com orientação para aposentados, regularização de imóveis e questões jurídicas. Objetivos: projetos diferenciados para atender idosos nos equipamentos de trânsito, ampliar projetos de lei e assistência ao INSS.

Irene dos Santos (PT), 50 anos, advogada, solteira, dois filhos. Votos obtidos: 3.774.

Eleita para o segundo mandato, se dedica mais às áreas da saúde, habitação, educação, transporte e direitos das mulheres. Objetivos: fortalecer o projeto do partido na cidade e priorizar políticas sociais.

José Antonio da Silva (PT), 35 anos, casado. Votos obtidos: 3.558. Eleito para o segundo

mandato, o petista tem sua atuação voltada para o movimento social e popular. Objetivos: avançar nos movimentos sociais, garantir a transparência do Legislativo e fortalecer o PT na cidade.

José Queiroz Neto (PT), 61 anos, comerciante, casado, três filhos. Votos obtidos: 3.136. Eleito para o quarto mandato, foca seu trabalho nas áreas de habitação e esportes, além da saúde, transporte e grupos de mulheres. Objetivos: regularização fundiária e apoio a movimentos organizados. Incentivo à presença popular nas discussões do Orçamento Participativo.

Jair Batista da Silva (PT), 50 anos, teólogo, casado. Votos obtidos: 2.968. Eleito para o primeiro mandato, desenvolve trabalhos assistenciais voltados para crianças, adolescentes e mulheres. Objetivos: ampliar a atuação nessa área dentro do Legislativo.

Marco Antonio Ernande (PT), 37 anos, casado, duas filhas. Votos obtidos: 2.941. Eleito para o segundo mandato, o atual presidente da Câmara tem trabalho voltado para as áreas social, educação e saúde, além de movimentos sociais sustentados pela comunidade católica. Objetivos: dar apoio em ações para a melhoria da saúde e educação.

Marion Magali de Oliveira (PSDC), 51 anos, advogada, pedagoga e psicóloga, casada, uma filha. Votos obtidos: 3.060. Eleita para o quarto mandato, tem atuação voltada para comunidades de toda a cidade, com ênfase na área social. Objetivos: trabalhar por melhorias na segurança e desenvolver projetos de combate ao desemprego.

Laércio Soares (PC do B), 55 anos, comerciante, casado, quatro filhos. Votos obtidos: 2.838. Eleito para o quinto mandato, tem atuação voltada ao esporte e à educação. Objetivos: trabalhar para angariar mais investimentos a área esportiva.

Ricardo Yoshio (PMN), 51 anos, médico, casado. Votos obtidos: 2585. Eleito para o primeiro mandato, entrou na vida política para trabalhar pela área social, onde já atuava informalmente. Objetivos: trabalhar por melhorias na área da educação, saúde e saneamento.

Pastor Isaias Maria (PV), 34 anos, contador, casado. Votos obtidos: 1.995. eleito para o primeiro mandato, pretende ser o representante da comunidade evangélica na Câmara. Objetivos: trabalhar pela área social e pelos interesses dos evangélicos.

Maria Regina Gonçalves (PV), 43 anos, estudante de Direito e funcionária pública, divorciada. Votos obtidos: 1.902. Eleita para o primeiro mandato, quer ampliar a participação do PV no legislativo de Diadema. Objetivos: trabalhar pelo desenvolvimento econômico e ambiental da cidade.

João Pedro Merenda (PSDB), 48 anos,  advogado.casado, duas filhas. Votos obtidos: 2.890. Eleito para o terceiro mandato, foi vereador pelo PPS de 1989 a 1996. Objetivos: trabalhar por melhorias na área de assistência social.

José Francisco Dourado (PSDB), 54 anos, técnico em laboratório. Votos obtidos: 2.816. Eleito para o segundo mandato, tem atuação voltada aos bairros Eldorado e Inamar. Objetivos: pretende retomar a discussão de projetos que protocolou quando foi vereador, de 1996 a 2000, para verificar a viabilidade de aprovação.

Lauro Michels Sobrinho (PSDB), 22 anos, estudante, solteiro. Votos obtidos: 1.792. Eleito para o primeiro mandato, tem atuação voltada à juventude e também para a terceira idade. Objetivos: desenvolver projetos para atender jovens e idosos, além de trabalhar para incentivar empresas a permanecerem na cidade.

Wagner Feitosa (PSB), 31 anos, ferramenteiro e conselheiro tutelar, divorciado. Votos obtidos: 2.264. Eleito para o primeiro mandato, tem atuação voltada à infância e juventude. Objetivos: desenvolver projetos para creches e área da saúde.




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