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História muito mais do que viva

Fundação Pró-Memória, em São Caetano, cuida de vários projetos e tem importante função

Por Vinícius Castelli
15/01/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 Já dizia a historiadora e intelectual paulistana Emília Viotti da Costa (1928-2017) que “um povo sem memória é um povo sem história”. E é justamente para que isso não aconteça que trabalha com afinco a Fundação Pró-Memória de São Caetano. As tarefas primorosas que realiza acontece no belo e arejado prédio, acessível ao cadeirante e aberto ao público, que fica no número 255 da Avenida Dr. Augusto de Toledo, bem ao lado do Teatro Municipal Santos Dumont.

Criada em 1991, a Fundação se encarrega de pesquisar, resgatar e manter a memória da cidade e de seu povo. Como bem explica Charly Farid Cury, presidente do espaço, o trabalho que realizam “vai além da ordem pública e abrange o munícipe, as empresas e o comércio”. E além disso, divulgar essas histórias. Segundo Marcia Gallo, coordenadora geral, é importante resgatar memórias que estavam esquecidas. “Temos de registrar, buscar fatos históricos e divulgar”, explica Cury.

E para que o trabalho aconteça, a Fundação, além de pesquisa, cuida e mantém documentos como mapas, jornais raros e até fotografias, muitas delas presentes de famílias da cidade. “Mais de 90% dos documentos são de doação da sociedade”, afirma Mônica Iafrate, responsável pelo centro de documentação histórica do espaço. E tudo é digitalizado dentro do local. Aliás, em breve, quase todo o acervo estará disponível no site www.fpm.org.br.

Além do centro de documentação histórica, a Fundação publica a revista semestral Raízes e cuida, no mesmo espaço, da Pinacoteca Municipal, cujo acervo soma cerca de 400 peças e que sempre oferece ao público, simultaneamente, duas exposições com entrada gratuita. É possível ver até dia 26 Poética do Cotidiano – realizada em parceria com o Museu de Arte Popular de Diadema –, que apresenta 53 obras baseadas em cenas comuns, manifestações populares e reivindicações sociais.

A outra, The Water That Crosses The Oceans, conta com 80 aquarelas de artistas do Brasil, Itália, Índia e Emirados Árabes Unidos. Segundo Nair Duarte e Fabiana Cavalcante, curadoras do local, a Pinacoteca sempre preza pela mistura de linguagens nas mostras.

Ao lado há ainda o Espaço Cultural Casa de Vidro, também parte da Fundação, que funciona como ateliê pedagógico e espaço de exposições. A mostra da vez, em cartaz até quinta-feira, é Enredo, ilustrada por 46 obras do artista carioca Eduardo Nunes. Segundo Nair, além de trabalhar com pessoas do Caps (Centro de Atenção Psicossocial), a Casa de Vidro está aberta ao público em geral para que teste suas habilidades artísticas.

Além das mostras físicas, a Fundação oferece diversas exposições virtuais em seu site. A mais recente, Vamos à Praia, conta com 19 imagens que retratam visitas de pessoas da região ao Litoral paulista nas primeiras décadas do século passado. A Fundação ainda estende suas mostras em outros dois espaços, um no Salão de Exposições, localizado no Espaço Verde Chico Mendes (Av. Fernando Símonsen, 566), e outro na Praça do Forno do Espaço Cerâmica (acesso pela Rua Casemiro de Abreu).

Prédio construído há 122 anos é parte
É no Palacete De Nardi, prédio construído em 1896 para a família de imigrantes italianos que veio para São Caetano em 28 de julho de 1877, que funciona hoje o Museu Histórico Municipal da cidade (Rua Maximiliano Lorenzini, 122. Tel.: 4229-1988). Foi até uma padaria, nos anos 1940, e sede do América Futebol Clube, na década seguinte.

O espaço, também administrado pela Fundação Pró-Memória, está aberto ao público com entrada gratuita e promove sensação de viagem ao passado, com características arquitetônicas do fim do século 19, com suas janelas com largos beirais.

Quem visitar o espaço, que só em 2017 recebeu cerca de 1.940 visitantes, pode apreciar três mostras permanentes. Uma é sobre a fundação de São Caetano, em 1877, e seu desenvolvimento industrial com peças do período. A seguinte aborda o movimento da autonomia político-administrativa da cidade, em 1948, com peças e documentos da época.

Por fim, a sala de exposição cultural apresenta obras de arte, instrumentos musicais antigos e outros objetos relacionados à cultura. Todos doados por moradores da cidade. A partir do dia 24 o museu abre suas portas para mostra que aborda a evolução tecnológica dos objetos, como TV, telefone, rádio, máquina de escrever e até ferro de passar.




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