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Nos bastidores, bombeiros consertam viaturas e postos fixos

Manutenção de veículos oficiais e reformas estruturais são realizadas por grupo de funcionários da própria corporação entre as sete cidades

Bianca Barbosa
Especial para o Diário
22/10/2018 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 A sirene apita e bombeiros escorregam por canos de um andar para o outro, entram na viatura, e vão resgatar alguma vítima na cidade. A cena corriqueira e que vem à cabeça da maior parte das pessoas quando se fala sobre a profissão não é vivenciada por todos os trabalhadores da corporação. Isso porque grupo de funcionários atua nos bastidores, mas em tarefas também importantes, como a manutenção dos quarteis ou no conserto de veículos oficiais.

Depois de 24 anos de prontidão, atendendo todos os tipos imagináveis de emergências pelas ruas do Grande ABC, o subtenente Cleiton Carlos, 46 anos, do Posto do Corpo de Bombeiros Jardim do Mar, em São Bernardo, está há 12 meses como chefe da mecânica da unidade. Apesar de gostar da atividade na rua, a saúde falou mais alto e o fez mudar de rotina. “Trabalhei por muitos anos sem saber o que era feriado, data comemorativa. Agora sosseguei um pouco”, destacou ele, que, junto do cabo Barreto, é responsável por todas as viaturas da corporação em São Bernardo e Diadema – tanto as terrestres quanto as marinhas. 

Na oficina do quartel, o subtenente pôde colocar em prática a experiência acumulada antes da carreira como policial. “Antes de entrar na Polícia Militar, em 1994, trabalhei com mecânica. Entendo bastante e gosto muito”, revelou.

A profissão proporcionou ao subtenente, também, conhecer a mulher. “Nos conhecemos assim que eu entrei e, em 1998, começamos a namorar. Casamos, tivemos dois filhos, e estamos juntos até hoje”, disse ainda apaixonado. Além de um amor, o Corpo de Bombeiros deu a Cleiton um amigo, cabo Izael Renato Barreto, 41, com quem divide as tarefas. O cabo trabalha na manutenção das viaturas há 22 anos. “Trabalhei na prontidão por quatro anos, mas o que eu gosto mesmo é de botar a mão na massa”, contou.

Cabo Barreto revela ainda que os conselhos dos superiores, na época, foram determinantes para que ele ingressasse no setor de mecânica da corporação. “Ele (superior) dizia que de nada adiantava ter os melhores equipamentos e os profissionais mais bem preparados, se não fosse possível chegar ao local da emergência.” 

A valorização das pessoas que atuam na retaguarda do Corpo de Bombeiros faz cabo Barreto se orgulhar do posto que ocupa, destacou enquanto consertava um motor de caminhão avariado. Segundo ele, a corporação chegou a orçar o conserto em oficina externa, no entanto, o alto custo para a manutenção – R$ 25 mil – fez com que o serviço fosse executado internamente. “Por isso é importante ter uma equipe de manutenção. O posto vai economizar e poderá investir em outras coisas”, considerou. 

Das inúmeras histórias ao longo da carreira, Barreto lembra de uma engraçada. “Certa vez, pediram para ir até Botucatu (no Interior do Estado) socorrer uma equipe. Chegando lá, precisei apenas apertar um botão e o carro já voltou a funcionar. Todo mundo morreu de rir”, lembrou.

REPAROS

O trabalho interno não gira apenas em torno das viaturas. Cabo Olímpio Frare Neto, 51, do 8º Grupamento de Santo André, na Vila Guiomar, integra equipe de quatro bombeiros que cuida da manutenção predial de São Bernardo, Santo André, São Caetano e Ribeirão Pires. Ele está na corporação há 25 anos, consertando problemas elétricos, pintando prédios e reformando os locais. “Gosto dos postos, do serviço e dos meus colegas. Não trocaria por outra coisa”, relatou enquanto lixava a parede da sede da corporação. “Vamos reformar toda a faxada. Vai ficar incrível”, falou sobre a segunda casa dele e dos colegas.




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