Economia Titulo Trabalho
Geração de 2 milhões de empregos é possível

Economista crê que mercado de trabalho aponta para desempenho positivo; perigo é agravamento da crise na Europa

19/02/2010 | 07:00
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A geração de 2 milhões de vagas formais em 2010, como espera o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, é "muito possível" de ocorrer neste ano, segundo avaliação do professor do departamento de economia da PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio de Janeiro e economista da empresa de gestão de recursos Opus, José Márcio Camargo.

O economista acredita que o mercado de trabalho terá um bom desempenho no País neste ano, mas aponta riscos que, na sua avaliação, poderão reduzir o ritmo de crescimento de novos postos.

O principal perigo, segundo Camargo, está no cenário de risco soberano nos países do sul da Europa. Ele acredita que um agravamento da crise nesses países poderá levar a uma restrição internacional de crédito, comprometendo um pouco as perspectivas de crescimento da economia brasileira.

"Não seria um efeito tão forte como o que ocorreu no fim de 2008, mas a falta de crédito afeta o nível de produção e emprego mais rapidamente que outros fatores, como juros", explicou o professor da PUC.

Os juros são o outro risco listado pelo economista. Segundo ele, as atuais pressões inflacionárias poderão levar a uma antecipação da trajetória de alta da taxa básica de juros (Selic), o que sempre afeta o ritmo de contratações, mesmo que o efeito não seja imediato.

Ele destaca que, com a alta dos juros, os empresários poderão concluir que haverá redução do nível de atividade e, assim, contratar menos. "Mas isso (o efeito) não ocorre em curtíssimo prazo, nem será muito grave", afirmou.

INDÚSTRIA - A indústria da transformação foi a principal responsável pelo saldo de empregos no País durante janeiro. Foram abertas 68.920 vagas de trabalho formais , um recorde histórico do setor para os meses de janeiro.

"Com o fim da crise e os estoques baixos, a indústria começou a contratar fortemente. É a demonstração mais forte da recuperação e do crescimento da economia brasileira", disse o ministro do Trabalho ao apresentar balanço do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Na contramão da abertura de novas vagas, o setor de comércio, cortou 6.787 postos no mês passado, movimento que Lupi atribuiu a fatores sazonais pelo vencimento de contratos relacionados com a temporada de vendas natalinas, em dezembro.




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