Economia Titulo Crise
Volume de captação no Exterior supera pré-crise
19/10/2009 | 07:08
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O ano de 2009 ainda não acabou e o volume de captações internacionais já supera o nível pré-crise. Até o início de outubro, o volume de emissões de bônus globais, incluindo os soberanos e os corporativos, já soma aproximadamente US$ 15,5 bilhões, superando o total observado em 2008, de US$ 6,4 bilhões (volume que foi comprometido porque o mercado ‘secou' no segundo semestre, em função da crise internacional) e também o de 2007, de US$ 12 bilhões (sendo US$ 7,8 bilhões e R$ 8,4 bilhões).

Os prazos e o custo dessas operações, no entanto, ainda revelam alguns vestígios da crise. Mas, na avaliação de especialistas, a evolução desse mercado tem sido tão rápida e positiva que as próximas operações, que já estão no forno, podem acontecer sob condições ainda mais favoráveis para o emissor. "Tem muita gente com mandato de emissão no forno, esperando o melhor momento para fazer a operação, e a tendência é de que essas captações saiam a prazos e custo ainda melhores que as atuais", afirma o executivo do banco ABC Brasil, Eduardo Pinus.

Somente na última semana, três captações foram realizadas ou estão prestes a fechar. O Banco do Brasil, o primeiro emissor de bônus perpétuo no período pós-crise, captou US$ 1,5 bilhão na sexta-feira. Além dele, o banco PanAmericano deve concluir a emissão de US$ 150 milhões até o fim da semana, e a operação Odebrecht fechada na sexta-feira somou US$ 500 milhões, segundo fonte.

Mas, entre especialistas desse mercado, há outros nomes sendo considerados como possíveis emissores. Entre eles, fontes citam o BMG, Cemig e Braskem. Outros candidatos seriam Petrobras, Samarco, MMX, Cosan e Telemar, além da República do Brasil. A movimentação é tão intensa que fontes do mercado não descartam a possibilidade de o volume de captações total neste ano se aproximar de US$ 20 bilhões.

Pinus observa que o contrato de cinco anos de CDS (Credit Default Swap), que indica o prêmio de risco que o investidor estrangeiro exige acima da libor (taxa de juros da Inglaterra) para comprar um papel do Brasil - está atualmente em 111 pontos base.
Em junho de 2008, antes, portanto, do auge da crise internacional, essa taxa era de 85 pontos base. Mas já bateu em 586 pontos em setembro de 2008, quando a liquidez internacional simplesmente desapareceu, arrastada pelo furacão provocado pela quebra do banco Lehman Brothers.




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