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Dupla Rapazebeats, de Diadema, leva rap ao cinema

A linguagem direta dos bairros periféricos e o ritmo cadenciado do hip hop marcam as canções da dupla

Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
01/01/2009 | 07:00
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A linguagem direta dos bairros periféricos de Diadema e o ritmo cadenciado do hip hop marcam as canções dos rappers Aldo e Samuel Tuim, da dupla Rapazebeats. Os cantores participam da trilha sonora do filme Inversão, novo título do diretor Edu Felistoque.

No elenco, destacam-se nomes conhecidos pelo grande público, como os atores Alexandre Barillari e Rubens Caribé, as atrizes Gisele Itié e Marisol Ribeiro, além do cantor Wander Wildner. Ainda em fase de finalização, o filme relata a tentativa fracassada de sequestro de um empresário e seus desdobramentos.

Os rappers interpretam Zikizira, composição que aborda o comportamento inoportuno do zé povinho e de quem atrasa o lado, como os autores definem. Ou seja: retrata a vida dos maledicentes e daqueles que se preocupam demais em julgar a vida alheia.

"A letra fala de acontecimentos da periferia. Esse zé povinho que se incomoda com a roupa que você veste, com o carro que você tem. Que deseja o mal de alguém sem receber nada por isso", explica Aldo, o letrista da dupla. Samuel é responsável pela elaboração das melodias.

ANIMAÇÃO - A parceria entre os Rapazebeats e Felistoque, também reconhecido pela direção de comerciais de TV, começou em 2007, quando os músicos criaram a canção-tema da animação Davi contra os Paus Mandados de Golias. O curta-metragem narra a história de dois irmãos criados na periferia durante o regime militar.

"Eu atuava como free-lancer em comerciais da produtora do Edu, a ZYD Produções. Fiquei sabendo que ele procurava músicos para as trilhas dos filmes dele. Foi aí que mostramos nosso trabalho", relembra Samuel.

A dobradinha entre a produtora e os Rapazebeats rendeu ainda o clipe de Zikizira, gravado em uma mansão no Pacaembu, bairro da Zona Oeste da Capital.

AMIZADE - Criado na Vila Nogueira, bairro periférico de Diadema, Aldo, de 31 anos, era ferramenteiro em uma empresa de autopeças, mas atualmente está desempregado. Sete anos mais velho, Samuel é cabelereiro e conhece o parceiro musical desde a infância. Em 1997, quando ainda participava do grupo Território Negro, ele costumava chamar Aldo para dividir o palco nas apresentações. Há cerca de dois anos, resolveram somar esforços. "Queremos agora conseguir uma gravadora e lançar nosso disco", afirma Samuel.




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