Economia Titulo Renda extra
Pagamento do 13º vai
injetar R$ 2,2 bi na região

Mais de 1,2 mi de trabalhadores e aposentados vão receber
o benefício; levantamento foi feito pela subseção do Dieese

Por Erica Martin
Do Diário do Grande ABC
06/11/2012 | 07:00
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O pagamento do 13° salário deve injetar R$ 2,2 bilhões na economia dos sete municípios da região. No total, 1,264 milhão de pessoas devem receber o benefício - 815,8 mil são trabalhadores formais e 449,1 mil beneficiários da Previdência Social. O levantamento foi feito pela subseção do Dieese do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, com base nas informações divulgadas pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). Não estão incluídos autônomos e assalariados sem registro em carteira.

A maior parte da renda extra será paga aos trabalhadores da indústria de transformação (36,2%) - o que inclui, por exemplo, metalúrgicos, químicos e trabalhadores dos setores de borracha e plástico. "O Grande ABC é uma região que depende muito da indústria, e a manutenção do setor com emprego de qualidade e profissionais bem remunerados é essencial", salientou o secretário-geral do sindicato, Wagner Santana.

Em seguida estão os profissionais do setor de serviços (23,2%), comércio (9%), administração pública (5,6%) e construção civil (3,2%). Aposentados e pensionistas respondem por fatia de 22,4% do valor total a ser injetado.

A expectativa é que somente o pagamento feito aos metalúrgicos das empresas de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra (cidades que fazem parte da base do sindicato da CUT) seja responsável por R$ 436 milhões - o valor representa 24,6% do montante.

Em 2011 (quando não foram levantados os valores pagos por outros setores empregadores), o pagamento feito aos metalúrgicos gerou montante de R$ 419 milhões - aumento de 4%. "Mesmo em um ano de crise, principalmente no setor de caminhões em função da baixa demanda, o crescimento do salário médio dos metalúrgicos ficará acima do PIB (com previsão para fechar o ano com alta de apenas 1,54%), o que é reflexo das nossas conquistas", explica Santana.

Na região, 85% das empresas metalúrgicas já se comprometeram pagar 8% de reajuste salarial. Além disso, enquanto o salário médio dos profissionais dessas companhias é de R$ 4.184, a média embolsada pelos trabalhadores formais da região é de R$ 2.170, quase a metade. Por conta da presença de cinco montadoras (Volkswagen, Ford, Mercedes-Benz, Scania e Toyota), os trabalhadores de São Bernardo vão receber o maior valor de 13°, R$ 2.639.

Entretanto, o crescimento do montante pago aos metalúrgicos foi mais expressivo em anos anteriores. No ano passado, por exemplo, o total injetado na economia regional com o pagamento do 13° salário foi 17,6% maior que em 2010. Além disso, o volume de profissionais ligados à base do sindicato também era mais expressivo; o contingente foi reduzido de 108 mil para 104,2 mil.

Na avaliação do professor de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Radamés Barone, os números são reflexo da queda das exportações diante da crise internacional, que levou à recessão as economias europeias. "O cenário é de manutenção dos números, não há grandes mudanças, o que mostra a necessidade de a economia parar de se sustentar apenas na indústria."




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