Seis pessoas foram detidas acusadas de aplicar golpe do sonho da casa própria
Quadrilha que vendia cotas contempladas em consórcios para a compra da casa própria foi desmantelada por policiais civis do 1º DP (Centro) de Santo André na tarde de ontem. São mais de 40 vítimas, por enquanto, a registrar queixa contra seus representantes.
Com sede no Centro Comercial da Avenida Pereira Barreto, no bairro Paraíso, a empresa Multcom Representações Ltda. prometia, por meio de pagamento extra, liberar a carta de crédito aos interessados em apenas três meses. O preço variava de acordo com o valor do imóvel. Residência de R$ 200 mil, por exemplo, rendia R$ 8.000 aos bolsos do bando.
Após esse período, sem o sonho de moradia realizado, os compradores encontravam celulares desligados, e-mails sem respostas e promessas e desculpas ao irem pessoalmente ao local. As vítimas sequer conseguiram a carta de crédito após a conclusão do pagamento das 72 parcelas do consórcio.
Segundo o delegado Lupércio Antônio Dimov, o bando atuava há dois anos e revendia casas em toda a Grande São Paulo e também no interior, em cidades como Jundiaí, Marília e São José do Rio Preto. "Trata-se de algo grande", disse.
Foram três meses de investigação desde que a primeira das 25 vítimas procurou a delegacia. Após o anúncio da prisão, outras 12 pessoas procuraram a polícia e reconheceram o bando. O número pode aumentar ainda mais após a conclusão da perícia dos notebooks e computadores apreendidos. "Vamos levantar tudo com calma, identificar todas as pessoas que foram lesadas. Precisamos saber direito com o que estamos lidando", garantiu o delegado.
Seis pessoas foram presas. Os diretores Peterson Franco de Moraes, 30 anos, e Laércio Ferreira da Cruz, 56, além dos vendedores, André Luiz Mesquita, 37, João dos Santos Neto, 62, Edílson Nobre de Sousa, 37, e Gérson Molero de Oliveira, 49. Os quatro últimos já tinham passagens anteriores pela polícia por formação de quadrilha e estelionato, os mesmos crimes pelo qual foram autuados ontem.
Se no momento é inviável calcular quanto a quadrilha faturou com o golpe, a polícia tem uma ideia por meio dos carros apreendidos, todos voltados para o público de alto poder aquisitivo, como Captiva e Montana.
"A investigação foi proveitosa no sentido de que o inquérito foi apurado com todos os detalhes necessários", afirmou Dimov. "Consórcio de imóvel só pode ser possível por lote ou sorteio. Não é permitido qualquer tipo de facilitação. Toda a delegacia se empenhou para esse resultado."
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.