As uniões eleitorais quase sempre têm prazo de validade. O problema é quando a deterioração acontece antes mesmo do vencimento. No caso de São Bernardo, a chapa formada por Luiz Marinho (PT) e Frank Aguiar (PTB) ficou impregnada com ranso antes mesmo do início de mandato, no último dia 1º. Desde o resultado das urnas, prefeito e vice estão em pé de guerra. Como tudo tem um motivo, ei-lo: ao aventar o nome do petista para encabeçar a chapa, o partido percebeu que precisava de um nome mais popular para alavancar a candidatura. Embora o PTB tivesse a intenção de lançar nome próprio - provavelmente com Tito Costa -, a proximidade de Frank Aguiar com o presidente Lula resultou na aliança. O ex-deputado federal não queria deixar Brasília, mas, segundo ele, atendendo a pedido do chefe da Nação, aceitou o desafio.

 Nos comícios e andanças pelo município era evidente: o cantor de forró cumpriria a missão. A ele caberia a tarefa de apresentar o o ex-ministro da Previdência aos eleitores que, na maioria das vezes, aproximavam-se de Frank. A pequena retrospectiva serve de base para entender o que veio depois. Com a vitória, Marinho percebeu que o companheiro de chapa não era apenas um homem da música e do show. Ele tem apelo popular e, com isso, certamente iria ofuscá-lo no Paço. Por isso, dissuadiu Lula a convencer o então deputado federal a permanecer em Brasília. Só que desta vez Frank não atendeu à solicitação presidencial e assumiu o cargo conquistado nas urnas de São Bernardo. Por que? Isso é outra história. Notória é a condição de trabalho do vice: só teve direito a três nomeações.

Bastidores

É duro ser vice

Frank Aguiar quase não transita pelo Paço. Aliás, baixou-se uma norma na Prefeitura: ele não deve ser informado dos projetos. E quando decide participar de algum evento é recebido com ares de poucos amigos por parte do companheiro de chapa. Outro vice esquecido é José Roberto de Melo, que no ano passado reclamou da falta de espaço no governo Dib, trocou de lado, fez campanha para Marinho e... sumiu. Ninguém na nova gestão lembra-se dele. Nem um carginho recebeu. O curioso é que Frank e Melo são do mesmo partido. Fase ruim essa do PTB.

Passe em alta

Adler Kiko Teixeira, prefeito em segundo mandato de Rio Grande da Serra, está bem na fita. Ele é apontado por políticos e empresários como o preferido para assumir a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC. Qual sua virtude? Afirmam todos que o tucano é um homem sincero, transparente e de uma palavra só. Se diz que vai fazer, o faz; se diz que não, é não. Hoje em dia são raros os políticos assim.

 No estaleiro

Comenta-se em Ribeirão Pires que o prefeito reeleito Clóvis Volpi irá se afastar do Paço após o Carnaval. Ele estaria com problemas de saúde e, por conta do tratamento, a ordem médica seria repouso absoluto. Como Volpi não consegue ficar longe da política, quase certo que transformará seu lar em extensão do gabinete, despachando dali com o vice Dedé de Menezes e com o secretariado, como o fez na gestão anterior, quando operou o joelho. Também o prefeito Aidan Ravin, de Santo André, ficou no estaleiro nesta semana, acometido por uma crise de gastrite.

 Site errado

A Secretaria de Comunicação de Ribeirão Pires informa que a administração não mantém contrato com a Consladel, empresa que lida com sinalização viária, engenharia de tráfego, comunicação visual, paisagismo e informática. É bom mandar cópia do e-mail para a empresa, porque no site dela (www.consladelsp.com.br) o nome da cidade consta da relação de clientes do empresário Jorge Moura.

 Piadinha da vizinhança

Essa rola nas padarias, restaurantes e cafés entre os vizinhos batateiros e ceboleiros. Dizem que o ex-prefeito William Dib ampliou a Avenida Pereira Barreto para facilitar a passagem da caravana da ‘República de Santo André' rumo ao Paço de São Bernardo.

(Colaborou Lola Nicolás e Juliana de Sordi Gattone)