Cultura & Lazer Titulo
Bailado suspenso
Por Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
04/04/2007 | 07:01
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Arte e esporte unem graça e força em um desafio à gravidade. Suspensos por cabos de aço e iluminados por holofotes, oito bailarinos-ginastas norte-americanos do Project Bandaloop se apresentam nesta quarta-feira e nesta quinta-feira, em São Paulo. Literalmente de pernas para o ar, 70 m acima do solo, no prédio da IBM, empresa que faz 90 anos no País.

Ao tomar impulso na parede, os bailarinos ficam cerca de 10 segundos no ar antes de tocar a parede outra vez. Nesse tempo, são os detalhes que valem a pena. ‘Imagens’ corporais criadas conforme a música. Acrobacias aéreas em bailados vertical e horizontal.

Subindo e descendo, girando e rodopiando, a trupe combina técnicas de dança e rapel. Desde 1991, quando foi fundado, o Bandaloop se apresenta em palcos naturais, como montanhas e penhascos, e construídos, como arranha-céus, pontes e até no interior de teatros. Mas o gosto pela aventura dos integrantes leva-os quase sempre para apresentações ao ar livre.

Mais de meio milhão de pessoas já os viram em vários estados dos Estados Unidos, em países europeus como Áustria, Itália e Portugal, e asiáticos como China e Cingapura. O Brasil será visitado pela primeira vez.

Os lugares mais exóticos de performances, segundo o diretor de operações Thomas Cavanagh, foram a Torre Lamberti, em Verona, o Castelo St. Georgio, em Mantova, ambos na Itália, o Spaceneedle, em Seattle, Estados Unidos, e a Torre Vasco da Gama, em Lisboa, Portugal.

Os integrantes têm de 5 a 16 anos de carreira, treinam de 3 a 4 horas por dia, e a dieta inclui grãos integrais, peixes, pro-bióticos (como iogurte) e um pouco de carne vermelha. Evitam açúcar, mas se tiver sorvete no menu, não dispensam. Yoga, escalada, dança, surfe, pilates, musculação e ginástica aeróbica fazem parte do preparo.

Quem comanda o Project Bandaloop é sua diretora artística Amelia Rudolph, dançarina, coreógrafa e ginasta. Ela começou a dançar aos 6 anos. Em paralelo, praticava escalada. Tornou-se em 1989 atleta profissional da modalidade, e em 1991 fundou o Bandaloop. Ambientalista, Amelia celebra a experiência humana em contato com o mundo natural. Graduada também em religião comparada, a diretora inclui o espírito humano nessa busca, que explora as três dimensões do espaço conhecido.

A proposta artística sugere interdisciplinaridade de conjuntos. Uma mistura de dança, rituais, conscientização ambiental e esporte, que lança novos olhares para o mundo. Ainda que para vê-los, muitos tenham de inclinar o pescoço.

Project Bandaloop – Dança e rapel. Nesta quarta-feira, às 22h30 e nesta quinta-feira, às 23h. No prédio da IBM – r. Tutóia, 1.157, São Paulo. Aberto ao público.



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