A gestão do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), anunciou ontem a exoneração de Danilo da Silva Gomes Florêncio, neto do secretário de Segurança Alimentar, Teodózio Gregório da Silva (PSC), e que exercia função comissionada (sem concurso público) na Pasta de Habitação desde abril, com remuneração mensal de R$ 4.442.

A demissão foi confirmada um dia após o Diário revelar que o parentesco com Teodózio configura nepotismo na administração do verde. Especialistas em Direito Público e Direito Eleitoral citaram que vínculo entre eles fere a Súmula Vinculante 13 do STF (Supremo Tribunal Federal) de 2008, que proíbe admissão de parentes até terceiro grau de agentes públicos em cargos públicos. O elo entre avô e neto é enquadrado como segundo grau. Lauro pode responder processo por improbidade administrativa.

Extraoficialmente, comentou-se que o verde estaria ciente do risco sobre o nepotismo e que a demissão de Danilo Florêncio ocorreu somente horas depois de várias reuniões de integrantes do governo Lauro. No início da noite, a Secretaria de Comunicação emitiu nota. “A administração está apurando os fatos, optando pela imediata exoneração de Danilo da Silva Gomes Florêncio.”

No mês passado, Teodózio foi alçado ao secretariado de Lauro, para ganhar R$ 10.533 por mês, obedecendo acordo político estabelecido na campanha eleitoral de 2012. Ele, que preside o PSC local, assumiria no ano passado a Pasta de Cultura, mas Lauro descumpriu o combinado e deixou o setor sob o comando de Gilberto Moura, o Giba (PRP), colocando Teodózio na espera.

Em novembro, prestes a colocar Teodózio na gestão, Lauro demitiu o filho do social-cristão, Washington Ferreira da Silva, conhecido como Professor Ton, que trabalhava na Educação, com a preocupação de expor nepotismo na gestão.

“No meu entendimento, a situação do meu neto não teria problema. Contudo, se foi vista essa possibilidade, corrigimos. Não há problema quanto a isso”, afirmou Teodózio, acrescentando que o PSC segue no arco de aliados de Lauro e que o apoiará na eleição de outubro, quando tentará emplacar reeleição. “Estamos apoiando o governo e vamos seguir. A tendência é de ficarmos unidos. Não vejo racha.”

Este não foi primeiro caso de nepotismo no governo Lauro. Em janeiro de 2013, no início do mandato, Tatiana Capel, filha do vereador Milton Capel (PV), foi nomeada para exercer cargo de assistente na Secretaria de Planejamento e Gestão. A nomeação caracterizava nepotismo cruzado, quando um parlamentar emplaca parente em cargo de comissão no poder Executivo. Tatiana foi exonerada dias depois.