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Cesta básica fica mais cara em abril

Puxado por itens como arroz e feijão, valor do conjunto de produtos essenciais supera o auxílio emergencial do governo, de R$ 600

Por Tauana Marin
do Diário do Grande ABC
30/04/2020 | 00:05
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Após 30 dias de isolamento físico, principal medida para conter a proliferação do novo coronavírus, abastecer a família dentro de casa está mais pesado para o bolso da população do Grande ABC. Entre março e abril, o valor da cesta básica na região encareceu 2,92% – passando de R$ 680,70 para R$ 700,56, em média. Um desafio para aqueles que estão sem salário (caso de quem trabalha no comércio) ou dos que foram demitidos, daqueles que estão com contratos de trabalho suspensos ou com redução de salário. Afinal, vale lembrar que, na região, cerca de 25% das famílias já registram queda de 50% na renda.

O custo da cesta básica é superior, inclusive, ao valor pago pela auxílio emergencial do governo federal, de R$ 600.

A dupla principal das refeições dos brasileiros, arroz e feijão, já está mais cara. No caso do cereal a alta foi de 6,11%. O pacote de cinco quilos agora custa R$ 15,58 (antes vendido a R$ 14,69).

Já o feijão passou de R$ 6,13 para R$ 7,61 (24%). O preço do litro do leite também assusta: subiu de R$ 2,70 para R$ 3,26. “O arroz, assim como o leite, principalmente o em pó, sofre interferência direta do dólar porque são itens cotados internacionalmente, são exportados e, quando a demanda nacional não é suprida com a produção local, são importados”, explica o engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) Fábio Vezzá De Benedetto, responsável pela pesquisa mensal no Grande ABC.

Os quilos da cebola e da batata também chamam atenção, com altas de 46,58% e 31,14% (atuais R$ 4,29 e R$ 5,31, o quilo), respectivamente. O especialista explica que os itens vêm de outras regiões do País e até de fora e, com a diminuição do tráfego entre os Estados, pode haver a queda na oferta. “A cebola, por exemplo, vem boa parte da Argentina e agora, com a pandemia, tem a questão sanitária.”

No sentido contrário estão as carnes bovinas e de frango. A redução da renda familiar deve ser a responsável pela queda no preço dos itens. O valor do quilo da carne de primeira caiu 8,20%, passando de R$ 29,16 para R$ 26,77. Já a de segunda baixou 6,97% (R$ 21,48 a R$ 19,99). “Não há motivos aparentes para essas quedas. A única possibilidade é a lei da oferta e da procura. Mais produtos na prateleira, menores os preços. As famílias estão consumindo menos esses itens, infelizmente, por uma questão de renda”, explica o especialista.

Para conter a evolução da Covid-19 a limpeza é essencial. Não à toa, itens como sabão em pó, detergente e papel higiênico também ficaram mais caros.

Neste período, a metodologia de pesquisa foi alterada, pois os preços foram obtidos por meio de mercados e site, de forma a evitar a circulação de pesquisadores pelos estabelecimentos. 




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