Ele está longe de ser um sucesso de vendas - difícil chegar às 50 unidades mensais, enquanto seus principais concorrentes (os alemães Audi A3 e BMW Série 1) rondam a casa dos três dígitos. Evidentemente, conforme você pode ver nas fotos desta página, estamos falando do Volvo C30.

Cedida pela montadora para avaliação do Diário, a versão R-Design nada mais é que a variante esportiva do modelo. A linha foi lançada pela marca em 2007 para atrair o público mais jovem.

Confesso que, antes de testar o hatch, meu sentimento era mais de curiosidade do que de interesse. Talvez isso seja culpa da fama da montadora que, lá atrás, produzia carros extremamente conservadores. Quem não se lembra dos modelos quadradões do início da década de 1990?

Mas, ao contrário do que via quando criança, a verdade é que a Volvo vive uma nova era, com carros que apelam para a beleza e, por que não dizer, até mesmo para a ousadia.

Isso é o que não falta ao C30, principalmente na versão R-Design. Visualmente, destaca-se pelas rodas Miridis Diamond de 18 polegadas e pelo spoiler dianteiro.

Além de vir com teto solar elétrico de série, o modelo recebe toque final dado pelo tom prateado (de metal polido) dos espelhos retrovisores externos, faróis de neblina e grade dianteira.

Já no estacionamento do jornal, ao me deparar com o carro, ali, vestido com traje negro, aquela simples curiosidade deu lugar à absoluta vontade de colocar toda aquela agressividade à prova.

INTERIOR

Da porta para dentro, continua a equilibrada parceria entre esportividade e personalização. O painel é simples - confesso que esperava mais - mas a fusão entre o preto e o acabamento em metal tornam o conjunto interessante, traduzindo perfeitamente a proposta, o que permite deixar a sofisticação de lado. O acabamento dispensa comentários. O capricho da montadora sueca neste quesito vem de longa data.

Hora de acomodar-me no banco (em couro bicolor, bege e preto) e realizar todos os ajustes necessários tanto no assento quanto nos retrovisores. Tudo elétrico, como já era de se esperar.

Hora do teste prático

Com tudo devidamente analisado, é hora de ir ao que interessa. Ah o preço? O C30 T5 R-Design custa R$ 139,9 mil. Mas não era disso que estava falando, e sim de desempenho.

Ao girar a chave na ignição, o ronco do motor 2.5 turbo de 230 cv não chega a assustar, mas soa como música - comparação bastante usada por quem gosta de carro.

Ao contrário do que você pode estar pensando, aqui o câmbio não é aquele manual de engates extremamente curtos e embreagem dura, como no Subaru Impreza WRX, por exemplo.

Ao contrário da marca japonesa, a Volvo preferiu apostar na transmissão automática de cinco velocidades, batizada de Geartronic. Arrancadas e retomadas são tiradas de letra pelo C30, que tem torque de 32,6 mkgf disponível numa faixa de giro entre 1.500 rpm e 5.000 rotações. Só ficou devendo mesmo as trocas por meio das borboletas no volante (este, multifuncional), bastante comum hoje em dia quando a pegada pende para o lado da esportividade.

Nas ruas, tanto em baixas quanto em altas rotações, aquele roncão que sai pelos dois escapamentos (cromados nesta configuração de acabamento) dá lugar ao silêncio dentro da cabine. O difícil é passar despercebido. Sempre tem um que cutuca o amigo ao lado para comentar os atributos do modelo.

Mas é com o pé embaixo que o C30 R-Design diz a que veio. Em menos de dez segundos o ponteiro do velocímetro passa dos 100 km/h. A velocidade máxima chega a 240 km/h. Com esses números, fica difícil controlar os ímpetos.

EQUIPAMENTOS

Também ao contrário de alguns concorrentes, o hatch invocado da Volvo não traz tração integral, mas compensa com a lista de segurança (tradição da marca).

Contornar as curvas sem abrir mão da velocidade não é problema a bordo do modelo. Para isso trabalham os controles de estabilidade e tração (DTSC), aliados aos freios antitravamento com distribuição eletrônica da força de frenagem. Ainda falando em segurança, air bags frontais e laterais e os sistemas contra lesões na coluna cervical (WHIPS) e impactos laterais (SIPS) fazem parte da lista.

Um ponto a reclamar é o espaço traseiro. Sair para a balada dando carona para aquele casal de amigos no banco de trás, nem pensar! Lá, só mesmo as crianças. E sem muita bagagem, porque o porta-malas carrega só 364 litros.

Bom, mas isso é um detalhe. Quem coloca o C30 R-Design na garagem quer mesmo é se deliciar com essa receita apimentada