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Lula se reúne com prefeitos e inicia plano para limpar PT

Ex-presidente se preocupa com imagem da sigla, que saiu da eleição com rótulo de corrupta

Raphael Rocha
Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
08/11/2014 | 07:00
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Instituto Lula/Divulgação


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início ao plano de limpar a imagem do PT, que sai do processo eleitoral rotulado de corrupto. Ontem, ele reuniu 59 prefeitos petistas de São Paulo, na sede da CNM (Confederação Nacional de Metalúrgicos), em São Bernardo. A proposta é para que os chefes de Executivos calcem “sapatos com sola de borracha bem grossa” e ocupem as ruas em defesa do partido.

Lula, que se encontrou na quarta-feira com bancada de senadores do PT, pretende dialogar com série de setores da sociedade até o fim do ano. Movimentos sociais e, principalmente de juventude, serão ouvidos com o objetivo de oxigenar a pauta de discussão e reivindicações da legenda. A fala do ex-presidente está alinhada com o discurso que encampou nas últimas semanas da eleição, quando pediu para que militantes não tivessem “vergonha” de vestir “a camisa com a estrela vermelha” e defendessem a sigla.

O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), confidenciou que Lula se colocou à disposição de chefes de Executivos para participar de atos políticos e que estará “mais acessível”. “Foi encontro de avaliação da eleição. O presidente disse que o partido precisa se fortalecer no Interior, em cidades que não temos prefeitos, representantes. A leitura que ele faz é que devemos trabalhar para fortalecer o PT em geral”, relatou.

A reeleição em primeiro turno do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) foi citada na reunião dos petistas, que ocorreu em meio a churrasco regado a cerveja. Lula destacou que o tucano inaugurou série de obras, considerou que a prática é importante para a imagem da gestão, mas pediu que os prefeitos se empenhem em manter contato direto com a população dizendo que “nada substitui o abraço e o olho no olho”, algo que Alckmin fez durante a campanha.

Maior colégio eleitoral do País, São Paulo é o Estado que cultiva a maior concentração de movimentos que pregam o antipetismo e falam em intervenção militar e impeachment da presidente reeleita Dilma Rousseff para impedir que o partido complete 16 anos no poder. Por conta disso, o
ex-presidente concentra esforços para recuperar a imagem do PT.

Contrário ao discurso de “ódio”, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), alfinetou a oposição e disse que o PT ficará marcado na história por ter “eleito e reeleito um metalúrgico operário e a primeira mulher presidente do Brasil”. “A oposição tem de fazer o papel dela. Nós fomos oposição por 500 anos. Sou a favor da alternância de poder, mas deixe a gente ficar mais 500 anos no Palácio do Planalto.”

Dilma, por exemplo, viu o eleitorado paulista dar vitória para o senador tucano Aécio Neves na disputa presidencial, com 64,31% a 35,69%. No Grande ABC, berço do petismo em 1980, a presidente também sofreu revés, com placar de 58,05% a 41,95% para o nome do PSDB.
“São Paulo contribuiu para a reeleição da presidente. O Lula está otimista, acredita que a Dilma vai conseguir reorganizar o governo e, como ele fez, ter segundo mandato melhor do que o primeiro”, revelou Donisete. 




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