Após mais de um mês aguardando encaminhamento a hospital preparado para realizar cirurgia de alta complexidade, o bebê Guilherme Oliveira de Souza, que estava na UTI do Hospital da Mulher Maria José dos Santos Stein, em Santo André, finalmente conseguiu, ontem, ser transferido para o Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas, na Capital.

A criança nasceu no dia 3 de maio com síndrome de hipoplasia do coração esquerdo e necessita urgentemente de operação. No entanto, mesmo com liminar concedida pela Justiça para que a transferência fosse feita, a família enfrentava dificuldades para obter êxito.

A solicitação da vaga vinha sendo feita pela Prefeitura à Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde), órgão do governo do Estado responsável por organizar a demanda de vagas para procedimentos em unidades estaduais de Saúde. Enquanto a vaga não era disponibilizada, Guilherme continuava sendo medicado e monitorado 24 horas por dia no hospital andreense.

Embate entre a Secretaria Estadual de Saúde e a Prefeitura de Santo André barravam a transferência. O Estado afirmava que Guilherme estava com quadro infeccioso e não possuía condições clínicas de ser transferido; já a administração municipal alegava que o quadro do menino não impediria a transferência. “Me desesperava saber que meu filho estava naquela situação e eu estava de mão atadas”, lembra a mãe, Taís Oliveira dos Santos, 22 anos. A família havia iniciado, na segunda-feira, abaixo-assinado como último recurso para conseguir o encaminhamento.

O bebê foi levado ao Incor em uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) equipada com UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e chegou ao hospital às 13h30. De acordo com a assessoria de imprensa da unidade de Saúde, o paciente encontra-se na UTI Neonatal “onde deverá permanecer por tempo indeterminado sob exames e avaliação médica para definição de conduta terapêutica”.