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Escolas sofrem com falta de tempero para merenda

Problema é observado há dois meses na região; Estado assegura que licitação está em curso

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
23/10/2019 | 07:16
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Banco de Dados/DGABC


 Escolas estaduais do Grande ABC não estão recebendo tempero para preparar a merenda. Conforme o Diário apurou, a situação já se arrasta há dois meses. Dirigentes da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e Udemo (Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo) relatam que ao menos metade das unidades foi afetada.

Funcionária de uma escola de Mauá, que pediu sigilo, contou que, inicialmente, faltavam apenas alho e cebola. Entretanto, no último mês, também começou a faltar óleo. No entanto, na escola onde trabalha, os itens estão sendo comprados pela direção.

Segundo André Sapanos, coordenador da subsede de Mauá da Apeoesp, em alguns casos, as merendeiras estão cozinhando apenas com água e sal. “Algumas escolas que conseguem colocar algum tempero é porque estão comprando com o dinheiro da própria APM (Associação de Pais e Mestres)”, relata. A situação se repete em Santo André, onde o corpo docente de algumas escolas se reuniu para levar os itens.

“Não cabe aos pais, estudantes e muito menos aos profissionais da educação retirar dinheiro do bolso para comprar óleo e temperos para as unidades escolares. Para isso já pagamos nossos impostos. A comunidade escolar não pode ficar remendando os erros da Secretaria Estadual da Educação”, adiciona Sapanos.

Em sinergia, Maria Aparecida Leite Knoll, presidente da regional de Santo André do Udemo, assinala que este tipo de ação não deveria estar acontecendo. “A APM não é para cobrir uma falha do Estado. Ela é destinada a suprir a carência de materiais da escola, e quando a direção ou professores têm que tirar dinheiro do próprio bolso é errado.”

Eduardo Malini, coordenador de infraestrutura e serviços escolares da Secretaria da Educação estadual, afirma que há certame em andamento para compra dos insumos. “Abrimos o processo licitatório há menos de seis meses, porém, ainda não vencemos a etapa dos recursos (quando um contrato é selecionado e outras empresas questionam a decisão) e isso faz parte do processo”, explica.

Para evitar que os temperos faltassem nas escolas no período, a Pasta afirma ter repassado verba para as diretorias de ensino há cerca de um mês. Segundo envio foi realizado há 15 dias para suprir as demandas de insumos até o fim do ano letivo, conforme Malini. A expectativa é a de que a normalização ocorra até o fim do semestre.

Questionado sobre a fiscalização em relação à aquisição dos itens pelas diretorias de ensino, assim como distribuição às escolas, Malini assegura que “o Estado monitora constantemente” e garante que equipes irão visitar as unidades da região nos próximos dias para averiguar a situação.

TERCEIRIZAÇÃO

Consulta pública sobre a terceirização da merenda foi realizada ontem no Estado. Conforme Malini, não há previsão de quando o modelo será implementado, dado que está em fase de estudo. Ele destaca que, atualmente, profissionais da educação – desde diretores até da própria Pasta – se preocupam com as questões que envolvem as refeições. Com a alteração, seria possível focar em questões pedagógicas.




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