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Polícia confirma indiciamento de sindicalista em caso de agressão

Paulo Cayres, o Paulão, prestou depoimento no 17º DP e negou participação no episódio

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
14/04/2018 | 07:00
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Montagem/DGABC


A Polícia Civil ratificou ontem, conforme antecipado pelo Diário, o indiciamento do presidente da CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos) e diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Paulo Cayres, o Paulão, por lesão corporal grave dolosa no caso da agressão contra o empresário Carlos Alberto Bettoni nas redondezas do Instituto Lula, no Ipiranga, no dia 5, data da decretação de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O sindicalista é o terceiro a ser acusado de envolvimento no episódio, após citação ao ex-vereador de Diadema Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, e seu filho, Leandro Eduardo Marinho, ambos do PT.

Paulão prestou depoimento na tarde de ontem no 17º DP (Ipiranga) por cerca de uma hora. Depois de ser ouvido, ele deixou o local sem falar com a imprensa. À polícia, negou envolvimento na briga, assim como já havia dito em entrevista ao Diário. Nas imagens gravadas no momento da confusão em frente ao instituto, que se espalharam pelas redes sociais, o sindicalista aparece de camisa vermelha e busca desferir um chute em Bettoni. Em meio a essa tentativa, cai no chão. Logo na sequência, Maninho e Leandro partem para cima – com tapas e socos – do empresário, que bate a cabeça no parachoque de um caminhão e teve traumatismo craniano. Na oitiva, alegou que ele próprio levou um chute de um dos manifestantes que provocavam os petistas na porta da entidade.

Delegado à frente do caso, Wilson Zampieri confirmou que o sindicalista responderá pelo mesmo crime apontado contra Maninho e Leandro. “Ele (Paulão) desferiu um chute, que fez com que a vítima desviasse a trajetória. As imagens mostram (essa situação).” Se condenado, o trio pode pegar pena de um a cinco anos de prisão. A sanção foi apontada após finalização do laudo do IML (Instituto Médico-Legal), que indicou que o grau da agressão sofrida por Bettoni é de natureza grave. O empresário teria ido ao instituto e provocado e xingado petistas. Ele segue internado, em estado estável, porém ainda sem previsão de alta.

Zampieri considera que será possível ouvir Bettoni na segunda-feira. O depoimento poderá ser concedido no próprio Hospital São Camilo, também no Ipiranga, onde o empresário se encontra desde então. Ele ainda não foi liberado para receber visitas. Há expectativa também de se fazer um exame complementar, que pode demorar pouco mais de um mês para ficar pronto. A polícia espera essa oitiva da vítima, no entanto, para tentar concluir a apuração interna, visando encaminhar até quarta-feira o desfecho da investigação da polícia à Justiça.

Maninho e Leandro lamentaram a lesão apresentada pelo empresário e justificam que não tinham a intenção de empurrar Bettoni contra o caminhão. O ex-parlamentar de Diadema chegou a registrar nos últimos dias BO (Boletim de Ocorrência), no qual relata ser vítima de ameaças, intimidações anônimas. 




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