Esportes Titulo
Amigos, amigos; negócios à parte
Alec Duarte
Da AS/Especial para o Diário OnLine
De Montevidéu
30/06/2001 | 14:23
Compartilhar notícia


Um convite da Rede Bandeirantes vai impedir Hugo De León - ídolo do Grêmio com passagens por Corinthians e Santos - de assistir in loco à partida deste domingo entre Uruguai e Brasil. Na hora do jogo, o técnico do Nacional vai estar em São Paulo, onde à noite participa do programa Supertécnico. Vai perder a chance, também, de cumprimentar pessoalmente Luiz Felipe Scolari, seu amigo desde os tempos de jogador no Grêmio.

Mas De León já vai logo avisando. “Sou uruguaio, vou torcer pela Celeste, claro.” Isso não impede que ela cubra o amigo Scolari de elogios. Para o raçudo ex-zagueiro, campeão Mundial e da Libertadores no tricolor gaúcho, Felipão é o grande treinador brasileiro dos últimos anos e merece a oportunidade.

Como treinador, De León (que tem 43 anos) ainda está a anos-luz do amigo gremista. Teve várias experiências no Brasil, mas parece que está se encontrando mesmo é no Nacional, clube que o revelou e pelo qual, no final da carreira, levantou novamente a Libertadores e a Copa Toyota, em 1988. Ele está no time há quatro anos e já conquistou títulos importantes no âmbito nacional, quebrando uma longa seqüência de triunfos do rival Peñarol.

“O Nacional é meu time, estou muito feliz aqui. Só que precisamos conquistar títulos internacionais para voltar a projetar o clube fora do Uruguai”, conta De León, que fala o português com perfeição porque nasceu exatamente na fronteira entre os dois países, na cidade de Rivera, em 27 de fevereiro de 1958. O técnico não descarta retornar ao Brasil, só espera um bom convite - seu contrato termina no ano que vem.

Confraria. De León conta que conversa bastante com Felipão, assim como vários outros profissionais que trabalharam no Grêmio. É uma espécie de confraria, confirma o treinador. “Quem trabalho no Grêmio não esquece o Grêmio jamais”, diz. Ainda recentemente, ele participou de uma mesa-redonda ao lado de outros ídolos gremistas, como China, Bonamigo, Dinho e o técnico Valdyr Espinosa. E sempre que pode, vai a Porto Alegre - que está a uma hora de vôo de Montevidéu - para reencontar os amigos. Um deles nunca jogou no Grêmio, mas no rival Internacional: o volante Dunga. Para De León, a Seleção Brasileira deixou de ser vencedora justamente quando o capitão do tetracampeonato mundial deixou a equipe. “Com o Luiz Felipe, eu sinto que volta esse espírito ganhador. Certamente a Seleção vai refletir o espírito do Felipão.”

Sobre o Uruguai, De León é bem realista: acha a nova geração de seu país boa, mas encara as dificuldades para se classificar a uma Copa do Mundo - o Uruguai não disputa o torneio desde 1990 - naturais porque o futebol mudou e hoje a Celeste Olímpica não dá mais as cartas como antigamente. Para piorar, De León admite que a seleção nacional não tem feito grandes jogos, mas acha que isso pode mudar hoje. “Vou falar o óbvio: num clássico, qualquer coisa pode acontecer.”




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;