Mas De León já vai logo avisando. “Sou uruguaio, vou torcer pela Celeste, claro.” Isso não impede que ela cubra o amigo Scolari de elogios. Para o raçudo ex-zagueiro, campeão Mundial e da Libertadores no tricolor gaúcho, Felipão é o grande treinador brasileiro dos últimos anos e merece a oportunidade.
Como treinador, De León (que tem 43 anos) ainda está a anos-luz do amigo gremista. Teve várias experiências no Brasil, mas parece que está se encontrando mesmo é no Nacional, clube que o revelou e pelo qual, no final da carreira, levantou novamente a Libertadores e a Copa Toyota, em 1988. Ele está no time há quatro anos e já conquistou títulos importantes no âmbito nacional, quebrando uma longa seqüência de triunfos do rival Peñarol.
“O Nacional é meu time, estou muito feliz aqui. Só que precisamos conquistar títulos internacionais para voltar a projetar o clube fora do Uruguai”, conta De León, que fala o português com perfeição porque nasceu exatamente na fronteira entre os dois países, na cidade de Rivera, em 27 de fevereiro de 1958. O técnico não descarta retornar ao Brasil, só espera um bom convite - seu contrato termina no ano que vem.
Confraria. De León conta que conversa bastante com Felipão, assim como vários outros profissionais que trabalharam no Grêmio. É uma espécie de confraria, confirma o treinador. “Quem trabalho no Grêmio não esquece o Grêmio jamais”, diz. Ainda recentemente, ele participou de uma mesa-redonda ao lado de outros ídolos gremistas, como China, Bonamigo, Dinho e o técnico Valdyr Espinosa. E sempre que pode, vai a Porto Alegre - que está a uma hora de vôo de Montevidéu - para reencontar os amigos. Um deles nunca jogou no Grêmio, mas no rival Internacional: o volante Dunga. Para De León, a Seleção Brasileira deixou de ser vencedora justamente quando o capitão do tetracampeonato mundial deixou a equipe. “Com o Luiz Felipe, eu sinto que volta esse espírito ganhador. Certamente a Seleção vai refletir o espírito do Felipão.”
Sobre o Uruguai, De León é bem realista: acha a nova geração de seu país boa, mas encara as dificuldades para se classificar a uma Copa do Mundo - o Uruguai não disputa o torneio desde 1990 - naturais porque o futebol mudou e hoje a Celeste Olímpica não dá mais as cartas como antigamente. Para piorar, De León admite que a seleção nacional não tem feito grandes jogos, mas acha que isso pode mudar hoje. “Vou falar o óbvio: num clássico, qualquer coisa pode acontecer.”
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