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DR? Tô fora!
Por Marcela Munhoz
Do Diário do Grande ABC
12/06/2011 | 07:00
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Nada mais romântico no Dia dos Namorados do que beijos carinhosos, presentinhos fofos e brigas incansáveis. Como assim? Pois tem casal que vive discutindo a relação, até em momentos que poderiam aproveitar para namorar. Não tem jeito, a famosa DR está presente na vida de muita gente.

Em cinco anos de namoro, Bruna Elisabete Mori, 17 anos, já acumulou horas e horas de discussões. "Já separamos e voltamos várias vezes. A gente brigava muito, mas agora melhorou", conta a menina, que acredita que o namoro amadureceu. "Antes ficávamos sem falar, e a coisa só complicava. Ele não queria se abrir. Agora passamos a brigar menos porque começamos a conversar mais."

Na opinião de Cauê Valença, 17, que namora há três, em geral, as meninas inventam conversas desnecessárias. "Desconfiam e imaginam coisas demais. Às vezes só queremos ficar quietos", diz. Mas será que os meninos têm dificuldade maior de contar o que sentem ou são as meninas que falam muito mesmo?

Pesquisa feita pela Universidade Estadual de Nova York e a Universidade de Stanford mostrou que o cérebro da mulher percebe e se lembra de emoções com mais facilidade, além de usar 4.000 palavrar por dia a mais do que o dos homens. Então, faz muito mais sentido uma DR para o sexo feminino do que para o masculino. Mas, isso não é regra.

No caso de Guilherme Novo e Kaline Toledo, ambos de 15, ocorre o inverso. Como ela é muito tímida, a iniciativa de puxar conversa é dele. "Quando decidi terminar (eles já voltaram) cheguei e falei logo. Queria que soubesse por mim", conta Guilherme. "Não esperava e chorei o dia todo. Tenho mania de guardar os sentimentos, mas sou assim com todos", confessa Kaline.

Apesar de não parecer, as mulheres conseguem superar melhor uma discussão. De acordo com Patricia Love e Steven Stosny, autores do livro Como Melhorar seu Relacionamento sem Falar sobre Isso, o organismo masculino libera mais cortisol e hormônio do stress após uma briga.

 

Em casa? Na escola? Na rua? - Se rola mais discussão do que momentos bons no namoro, André Santiago, 15, acha que é hora de terminar. "Não gosto de discutir por bobeira, mas quando o assunto é sério, merece", diz o menino que, por enquanto, está curtindo uma relação de três semanas com Nayara, 15.

Quando a DR é inevitável, há um lugar menos pior para se conversar? Sim. A regra é jamais fazer isso em público. Ninguém tem nada a ver com os problemas dos outros. "Discutir na escola é muito ruim, festa de família pior ainda", afirma Cauê Valença, que já passou por isso algumas vezes.

Se o provérbio "Lugar de lavar roupa suja é em casa" se encaixa muito bem na hora da DR, "Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher" também combina. Mas Kaline Toledo não consegue evitar de ajudar quando os pais estão discutindo. "Peço para eles pararem e dou dicas para que voltem a ficar bem."

 

Internet e telefone não! - Pesquisa do site Moneysupermarket revela que 15% dos 2.194 entrevistados já levaram um fora por mensagem de texto ou e-mail. E os que conversaram com o D+ concordam que pior do que ter uma DR é discutir pela internet ou telefone.

"Não dá para perceber a intenção, a entonação da voz nem se a pessoa está sendo sincera. Já fiz isso e não gostei. Hoje só olho no olho", fala Bruna Mori. O colega André Santiago também é contra usar esses meios. "Não dá para tocar, sentir o que o outro quer dizer. É frio demais."

Para Elisabeth Farina, consultora e professora de etiqueta, há algumas armadilhas nos meios eletrônicos que devem ser evitadas para não ocorrer falha na comunicação. A principal é resistir ao impulso de escrever tudo o que vier na cabeça (aproveitando, principalmente, a agilidade dos bate-papos). "O que escrevemos fica registrado e é visto com mais rigor do que o que falamos." Além disso, o que foi digitado pode ser lido várias vezes, provocando ainda mais mágoas. Por isso, se preferir escrever, releia com atenção antes de enviar. Diga como se sente de forma objetiva e evite críticas.

Escrever um e-mail bem pensado, por outro lado, pode ajudar quem é tímido e tem mais facilidade de se expressar assim. Mas nada substitui a DR cara a cara.

 

Famosos também discutem - Pesquisa com 3.000 pessoas no Reino Unido mostra que casais brigam 312 vezes por ano. Curiosamente, a maioria das discussões ocorre nas quintas-feiras e duram cerca de dez minutos. Tem quem prefira alongar a discussão e causar polêmica, como algumas celebridades.

Os casos mais recentes são os protagonizados pelas ‘namoradas' do cantor Felipe Dylon. As duas competem para disputar o cargo de namorada oficial, trocando fotos e farpas pelo Twitter. Ele só fica na dele, curtindo a bagunça. Mais famosa ainda é a briga entre a atriz Lindsay Lohan e a namorada e DJ Samantha Ronson pelo Twitter. Lindsay escreveu: "Engraçado como fico correndo em volta para tentar conversar com Samantha ao mesmo tempo que ela diz que está sozinha. Mas soube que ficou com duas meninas enquanto estávamos juntas. Isso nunca me contou." O namoro terminou, mas foram vistas juntas de novo.

 

Rende Ibope na TV e no YouTube - O mais recente (e fofo!) vídeo famoso de DR é o das crianças Lara e Dudu. Ela queria abraçá-lo, mas ele estava muito ocupado, então a menina começa a discutir que não quer mais namorá-lo (o vídeo foi retirado do YouTube). O tema também dá ibope na TV. A GNT vai lançar em outubro Detox do Amor, reality show com cinco casais que discutirão seu cotidiano e conflitos de relacionamento. Além de passar por provas para mostrar que se amam, os participantes têm de entrar em forma, já que acontece em um spa.

 

 

* Dicas para não detonar a conversa

Não importa se é briga de namorado ou problemas entre amigos, a conversa é sempre o melhor.

É possível discutir sem magoar ninguém. Escolha palavras certas e gentis para dizer o que deseja, sem ofender.

O ideal é resolver um problema de cada vez, de preferência na hora em que ele surgir.

Não transforme a DR em um grande acontecimento (meninas têm mania de fazer isso).

Pense muito bem antes de falar para não se arrepender depois.

Não se coloque no papel de vítima nem faça ameaças. Não funciona.

Evite discutir quando estiver cansado (a), com TPM e em público.

Jamais tenha DR pela internet ou telefone. Opte pelo olho no olho.

 

* Com colaboração do colégio Pentágono de Santo André.




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