O BB (Banco do Brasil) anunciou na sexta-feira que iniciará junto com o Tesouro Nacional estudos para analisar a possibilidade de fazer uma emissão primária ou secundária de ações do banco. O objetivo é atingir o percentual mínimo de 25% de ações em circulação, exigido pelo chamado Novo Mercado da Bovespa.

O Novo Mercado é um segmento de negociação de ações que exige das empresas regras mais rígidas da chamada "governança corporativa" para aumentar a transparência das operações e a segurança dos acionistas. Os dados do balanço do terceiro trimestre do BB
informavam que, na época, a instituição financeira tinha 21,7% de suas ações circulando no mercado.

Emissão primária é quando ocorre a venda de novos papéis de uma instituição e emissão secundária é quando ações já existentes, e que estão nas mãos dos controladores, são colocadas em mercado.

O Tesouro Nacional, acionista controlador do BB, detém 65,4% das ações do Banco do Brasil. Uma venda de parte dessas ações já seria suficiente para que o indicador de 25% fosse atingido. Apesar disso, também interessaria ao BB fazer uma oferta primária para poder captar recursos novos, aumentando seu capital e melhorando seu indicador de Basiléia - que mostra quanto de capital a instituição tem em relação aos empréstimos.

Atualmente, esse índice está em 13,9%, aproximando-se do mínimo de 11% permitido pelo Banco Central, o que limita a capacidade do BB de aumentar seus empréstimos.

"Qualquer decisão quanto à realização da operação dependerá, dentre outros fatores, das condições de mercado existentes na ocasião e estará sujeita ainda à devida aprovação de Assembleia Geral Extraordinária de acionistas, da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e/ou do Banco Central do Brasil, nos termos das legislações e regulamentações aplicáveis", diz comunicado de "fato relevante", distribuído na sexta-feira pelo BB.