Contra Fontes ainda pesou o fato de ter divulgado uma gravação de 1987 na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então deputado federal, criticava políticos que hoje são aliados de sua administração, como o presidente do Senado, José Sarney (PMDB).
O deputado Walter Pinheiro (BA), que pertence a grupo dos 30 parlamentares mais à esquerda da legenda, encaminhou um recurso ao Diretório Nacional contra a expulsão de Heloisa Helena, a pedido da própria senadora. “Vou continuar no PT e fizemos recurso para que (Heloísa Helena) permaneça também. Minha esperança é que o diretório do PT convoque um encontro nacional”, disse Pinheiro.
Na saída da reunião, o presidente do Partido dos Trabalhadores, José Genoíno, informou que o Diretório acatou o recurso. Segundo ele, na próxima reunião, prevista para o início de 2004, o recurso será objeto de deliberação. Ele adiantou, porém, que o encontro será dedicado completamente às eleições municipais.
Já os deputados expulsos anunciaram que não vão se filiar a nenhuma outra sigla e que devem, no futuro, criar um novo partido. “Os que estão saindo agora vão se dar conta de que é necessário construir um novo partido. Há espaço político real para essa construção. Já coletamos mais de 6 mil assinaturas. (...) Mas não tem data nem prazo”, disse Luciana.
O senador Eduardo Suplicy (SP) tentou apresentar uma pena alternativa à Heloisa Helena, a suspensão da bancada por seis meses, mas sua proposta não foi acolhida. Um dos que argumentou contra foi o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante, segundo o qual os “infiéis” optaram por um caminho equivocado.
Mesmo não fazendo parte do Diretório, Suplicy (SP), que chegou ao Hotel Blue Tree Park acompanhando de Helena, pôde votar porque o suplente Zezel Ribeiro (BA) cedeu seu lugar ao senador. Ele chegou a apelar ao ministro da Casa Civil, José Dirceu, para que interviesse, mas Dirceu rebateu, afirmando: "Não me meta nisso". O relato foi feito pelo deputado distrital Chico Vigilante. José Dirceu não se manifestou durante a reunião.
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