Nesta terça-feira, dia em que completa 74 anos, Mário Jorge Lobo Zagallo, coordenador-técnico da Seleção Brasileira, ganha um presente de grego do atacante vascaíno Romário. No domingo, foi publicada uma matéria no jornal O Dia, do Rio de Janeiro, na qual o atacante vascaíno deu declarações de que levara mais de uma mulher ao Hotel Villa Felice, em Los Gatos, concentração brasileira na Copa do Mundo dos Estados Unidos, em 1994. Zagallo, então, afirmou ter ficado indignado com tal declaração, além de taxar Romário de indigno, imoral e irresponsável.

É muito provável que Romário não tenha tido noção quando abriu a história de ter levado mulheres para a concentração, até por conta de o Brasil ter conquistado o tetracampeonato mundial naquela ocasião. O fato é que Zagallo disparou contra o jogador. "Só posso dizer que isso é falta de dignidade, de moral e de responsabilidade. É inadmissível que isso tenha ocorrido num Mundial. Qual é o problema de alguém ficar 30 dias sem ter relação sexual?", perguntou o coordenador.

Romário, que na entrevista ao jornal afirmou ser 100% infiel com as mulheres, pelo jeito também o foi com a Seleção Brasileira, mesmo 11 anos depois. E, relembrando os grandes momentos de ufanismo de Zagallo, se tem uma coisa que o irrite profundamente é falarem mal ou não tão bem assim da sua seleção. "A concentração de Los Gatos a qual ele se refere era toda fechada, o que dificultava o acesso a estranhos. Só que por ser ampla, talvez tenha mesmo acontecido. Ele disse que tinha uma passagem secreta, mas isso é problema dele. Nós, da comissão técnica, nunca soubemos de nada", explicou Zagallo.

Este, porém, não é o primeiro choque entre Romário e o coordenador técnico da seleção. Em agosto de 1998, o Baixinho mandou pintar a caricatura de Zagallo sentado em um vaso sanitário com a calça arriada na porta de seu bar, Café do Gol, no Rio de Janeiro. O coordenador pediu que a porta fosse retirada e o jogador se recusou, fazendo com que Zagallo entrasse na Justiça. Em fevereiro de 2001, a Justiça condenou o atacante a pagar indenizações por danos morais ao coordenador. Um ano antes, porém, o bar de Romário fora fechado por questões financeiras.