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Moradores do Jardim Primavera reclamam de falta d’água crônica
Por Leandro Calixto
Do Diário do Grande ABC
04/08/2005 | 08:22
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“Tenho vergonha de receber visita em minha casa. Não tenho condições nem de oferecer um copo de água ou até mesmo deixar a visita ir ao banheiro.” É desta forma que a ajudante-geral Maria de Fátima Medeiros, 50 anos, resume sua indignação com a freqüente falta de água no Jardim Primavera, em Mauá. Nos últimos seis meses, boa parte dos 65 mil moradores do bairro e região têm sofrido com o problema de abastecimento de água. O fornecimento ocorre apenas durante a madrugada: da 1h às 6h. As ruas mais atingidas pelo desabastecimento são a das Rosas, Tulipas e das Margaridas, localizadas na parte alta do bairro.

A própria Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) reconheceu a precariedade no fornecimento de água e informou que tem projeto para construção de um reservatório com capacidade para 9 milhões de litros de água. No entanto, para concluir este projeto, a Sama afirma que é necessária verba de R$ 10 milhões. A empresa afirma que já solicitou o dinheiro junto ao governo federal, por meio do Ministério das Cidades.

“Como este processo de liberação de verba é demorado, temos feito um estudo para instalar uma bomba na parte alta do bairro. Este aparelho vai ajudar atenuar um pouco o problema. Em dez dias, teremos uma posição”, garante o diretor de Abastecimento da Sama, Rogério de Paula Costa. Ele afirma ainda que, em caso de emergência, os moradores podem solicitar o envio de caminhões-pipa ao local.

Enquanto a situação não é resolvida, os moradores não escondem a revolta com a falta d’água. Há 22 anos vivendo no Jardim Primavera, a costureira Rosa Sampaio, 45 anos, afirma que o maior problema é o descaso por parte do poder público. “Eles não fazem absolutamente nada para resolver a questão. Os políticos só aparecem aqui em época de eleição. Para cozinhar, tenho que armazenar água em um galão. Isto é muito humilhante.”




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