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Correios: empresa acusada de fraude pode ter falsificado documentos
11/07/2005 | 08:23
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A empresa de carga aérea Skymaster, acusada no escândalo de corrupção dos Correios, é investigada pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal por falsidade ideológica e falsificação de documentos. As investigações partiram de denúncia de Paulo Roberto de Vasconcelos Gonçalves, ex-engenheiro de vôo da Skymaster e primo dos donos, os irmãos Luiz Otávio e Hugo César Gonçalves.

Vasconcelos lança suspeita de que os primos enriqueceram muito rapidamente desde que passaram a fornecer para os Correios, em 2000. "Nada contra a riqueza de ninguém, só acho estranho a rapidez do enriquecimento deles, já que sempre que os colegas pediram reajuste nos salários, a resposta era de que a companhia estava em dificuldades".

A Controladoria da União investiga os contratos da Skymaster com os Correios e já detectou indícios de irregularidades. O deputado Roberto Jefferson denunciou superfaturamento e transporte fantasma de carga e ligou a empresa ao ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira.

"Em 1993, o Hugo estava desempregado, vivia de favor na casa da mãe e recebia uma mesada de US$ 100 do irmão", conta Vasconcelos. "É no mínimo estranho que hoje ele more numa mansão no Lago Sul em Brasília, tenha lancha, moto Harley Davidson e ainda um apartamento de luxo em Fortaleza".

Vasconcelos rompeu com os primos em março do ano passado, quando foi demitido por justa causa. Ele entrou com processo e diz que foi demitido por se recusar a ser cúmplice de falsificação de documentos para revalidação de carteiras de habilitação, inclusive a de Hugo César.

Como era o funcionário da empresa habilitado pelo DAC (Departamento de Aviação Civil) para fiscalizar esse tipo de procedimento, Vasconcelos se negou a assinar fichas de avaliação de colegas da sua área.

O DAC informou que depois de receber a denúncia dele, em dezembro, fiscalizou a empresa e confirmou as irregularidades. "Várias medidas foram tomadas, dentre elas a suspensão das licenças dos envolvidos, o descredenciamento de checadores e a aplicação de multas", explicou, por sua assessoria. Acrescentou que, dada a gravidade das irregularidades, foi determinado o envio das constatações ao Ministério Público do Rio.

A falsificação desse documento pode levar à cassação do registro de concessão da empresa aérea, pelo Código Brasileiro de Aeronáutica.

No processo trabalhista, Vasconcelos aponta outras irregularidades que teriam sido cometidas pela empresa. Diz que os tripulantes eram advertidos a não reportar a ocorrência de panes no livro de manutenção, procedimento obrigatório pelas regras aeronáuticas. Afirma ainda que a empresa pagava os trabalhadores "por fora", declarando uma quantia mínima em carteira, para pagar menos impostos e contribuições previdenciárias.




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