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Água é artigo de luxo na V.Sabesp
Leandro Calixto
Do Diário do Grande ABC
26/10/2005 | 08:12
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Revoltados com a freqüente falta de água no bairro, cerca de 30 moradores da Vila Sabesp, em São Bernardo, fizeram no início da manhã de terça um protesto em frente ao portão da ETA (Estação de Tratamento de Água), de Rio Grande. Os moradores impediram a entrada e saída de veículos no interior da estação por quase 30 minutos. Em razão do pequeno tumulto, os seguranças da Sabesp chamaram a polícia, que conseguiu controlar a situação depois de uma conversa pacífica com os manifestantes. “Queríamos chamar a atenção das autoridades para que resolvessem nosso problema. Só recebemos água regularmente ao longo da madrugada. Assim não dá para vivermos dignamente”, disse o cobrador de ônibus Edis Francisco Oliveira, 36 anos.

Segundo os moradores da Vila Sabesp, que vivem a pouco mais de 2 km de distância da represa Billings, o abastecimento de água começou a apresentar problemas em janeiro deste ano. As ruas mais atingidas são das Colinas, Projetada e Botujuru, onde vivem aproximadamente duas mil pessoas. O período em que o abastecimento de água é mais precário é das 8h às 17h. “Somos obrigados a comprar água de galão para cozinhar. Tomar banho, por exemplo, virou um artigo de luxo para gente”, completou a comerciante Margarida Abacoquia, 31.

Além da falta de água, outro motivo que também vem revoltando os moradores é um suposto descaso por parte de um funcionário da Sabesp. “Quando liguei para a Sabesp para falar sobre o problema, teve um funcionário da central de atendimento da empresa que disse que a gente não tinha direito a água por vivermos na favela. Isto é um absurdo. Não podemos sofrer este tipo de preconceito”, completou o cobrador Edis Oliveira. Os moradores garantem que já levaram o problema de falta de água para empresa por mais de dez vezes nos últimos nove meses.

A Sabesp informou que o problema foi provocado por conta de dois vazamentos de água, que já teriam sido solucionados em parte no final da tarde de terça. Com isso, a Sabesp acredita que o abastecimento de água voltará à normalidade a partir desta quarta. Para melhorar o fornecimento de água no bairro, a Sabesp diz que está estudando a execução de um projeto até o primeiro semestre de 2006. Por outro lado, a empresa não quis comentar a acusação do morador, que teria sido discriminado por um funcionário da Sabesp, por morar na favela.




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