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Bancários encerram
a greve na região

Categoria pedia um reajuste salarial de 12,5%,
mas concordou com oferta dos bancos de 8,5%

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
07/10/2014 | 07:14
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Nario Barbosa/DGABC


A greve nos bancos do Grande ABC encerrou após completar o seu quinto dia. Ontem, na sede do Sindicato dos Bancários do ABC, em Santo André, a categoria aprovou o fim da paralisação e a aceitação da proposta da Fenaban (Federação Nacional de Bancos) de reajuste salarial.

Conforme explicou o presidente da entidade, Eric Nilson, o balanço da greve continuou em 250 agências fechadas (62% das 400 existentes nas sete cidades) e 2.050 trabalhadores de braços cruzados (29,3% dos 7.000), mesmo resultado de sexta-feira, para os cinco dias de mobilização. Isso, tendo em vista que algumas agências não ficaram fechadas durante toda a greve.

Inicialmente, os bancários pediam 12,5% de reajuste salarial. Porém, em negociação na sexta-feira entre a Fenaban e o Comando Nacional dos Bancários, que iniciou por volta das 20h e encerrou às 3h do sábado, os bancos ofertaram 8,5% para os bancos privados, e 9% nos pisos salariais dessas empresas, e 9% para todos os funcionários da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, devido ao plano de cargos e salários diferenciados das duas instituições públicas. Tais ofertas foram aprovadas, ontem, na sede do sindicato da região.

Nilson entendeu que a oferta dos bancos foi interessante, tendo em vista o cenário atual, em que os privados pressionam os trabalhadores a não aderirem à greve e cogitam possível demissão, de forma separada, de maneira que o sindicato não consiga reivindicá-las associando a algum tipo de retaliação contra a greve. “Neste caso, só em dispensas em massa que poderíamos agir.”

Durante a assembleia, ontem, integrantes da oposição à entidade questionaram a indicativa do comando de aceitar proposta abaixo de dois dígitos, pedindo a continuidade da greve. A diretora do sindicato e funcionária da Caixa Maria Rita Serrano rebateu, argumentando que a greve precisava de muito mais gente e não de mais dias. “O que muda alguma coisa na greve não é o seu número de dias, mas sim sua intensidade.”

Nilson lembrou a greve de 2004, maior da história para a categoria na região, que durou 30 dias, e os bancos pediram o fim da paralisação na Justiça. “O que aconteceu? O Judiciário determinou um reajuste salarial menor do que o que nós tínhamos conseguido na mesa de negociação dias antes da audiência. Então tivemos que negociar com os bancos para que voltassem atrás e que dessem o percentual que ofereceram e não seguissem a indicativa da Justiça.”

No ano passado, a greve não chegou aos tribunais, mas foi a segunda maior da história, com duração de 23 dias. Na época, os bancários conseguiram reajuste salarial de 8%. 




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