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Lula já aguardava segundo turno e pensava em Aécio

Após votação, ex-presidente afirmou que ‘não se inventa candidatura de última hora’, em referência a Marina Silva

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
06/10/2014 | 07:11
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Celso Luiz/DGABC


Depois de votar por volta das 12h na EE João Firmino, em São Bernardo, o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva já sinalizou que aguardava o senador tucano Aécio Neves para enfrentar a presidente Dilma Rousseff (PT) no segundo turno do pleito. Para o líder do petismo, o clássico PT e PSDB era provável diante no cenário eleitoral.

“São duas forças políticas muito fortes. Não se inventa candidatura de última hora”, disse, referindo-se à queda acentuada da candidatura da ex-senadora Marina Silva (PSB) na reta final de campanha.

PT e PSDB polarizam eleição presidencial desde 1994 – quatro com o próprio Lula e uma com Dilma. As siglas se revezam no poder do Palácio do Planalto desde então, quando o tucano Fernando Henrique Cardoso venceu pela primeira vez a disputa.

“Quando começa o jogo para valer tem que ter time para colocar em campo. Isso ajuda as legendas mais fortes”, frisou, ao complementar que o resultado das urnas demonstra a necessidade de reforma política no País. “É preciso mudança de verdade para que possa moralizar a política no Brasil”, avaliou o ex-presidente.

Lula lembrou que PT e PSB são aliados em diversos Estados e cidades, porém evitou projetar ter adesão de Marina à campanha de Dilma. O cacique projetou que a socialista teria quantidade parecida de votos de 2010.

“Nós sempre fizemos aliança com o PSB. Temos em outros Estados, mas tem de esperar para ver com quem conversa. Vamos ter de conversar para compor. Nada de precipitar, sentar na cadeira antes de terminar a eleição, apesar de a Dilma já estar na cadeira por ser presidente. Eu penso que a Dilma tem condições de levar este País a um rumo muito mais certo, de forma coordenada”, afirmou.

O ex-presidente também disse que as manifestações de junho do ano passado pouco refletiram no pleito deste ano porque “muitos não souberam analisar” as reclamações das ruas. Havia expectativa que Dilma sequer fosse para o segundo turno quando houve queda vertiginosa dos índices de popularidade da petista logo após os protestos.

“Quem imaginava que se fosse votar na oposição? Não está acontecendo isso. Acredito que o movimento de junho do ano passado não está corretamente analisado. Foi ação importante, chamou atenção de todos nós, de que sociedade existe, tem de ser consultada e precisa participar das coisas. Mas não interferiu no processo eleitoral.”

FUTURO INDEFINIDO - Lula não quis adiantar se será candidato à Presidência em 2018. “Nem acabou a eleição, como vou me preocupar com 2018? Não penso nisso ainda. Vou fazer 69 anos. Não sei o que vou fazer amanhã (hoje). Quem chega aos 70 anos tem de agradecer por estar vivo nos próximos quatro anos. Sinceramente, não passa pela minha cabeça discutir 2018 agora. Quero que a Dilma ganhe a eleição e faça o melhor governo que for possível. Vença a crise internacional, que está ficando cada dia mais grave.”
 




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