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Médico indica esperar 30 dias para vacinar criança que teve Covid-19

Especialista diz que infecção natural já garante anticorpos e que possíveis reações ao imunizante podem confundir o quadro clínico

Anderson Fattori
18/01/2022 | 08:33
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Divulgação/GovSP


A vacinação de crianças de 5 a 11 anos começou no Grande ABC no momento em que as sete cidades da região apresentam alta repentina de casos confirmados de Covid. Diante da falta de kits e da grande demanda de pacientes com queixas de síndrome gripal, os centros médicos estão optando por testar apenas pacientes com sintomas graves, o que, normalmente, não inclui criança, já que boa parte delas apresenta quadros assintomáticos da infecção. Sem um diagnóstico fechado, alguns pais que tiveram contato com o vírus nos últimos dias têm se mostrado inseguros de realizar a imunização no filho sem saber se a criança está ou esteve contaminada recentemente pelo coronavírus, mas, segundo o infectologista do Hospital Brasil, da Rede D’Or São Luiz, Ruan de Andrade, a imunização mesmo com o vírus incubado é segura.

“Essa situação de vacinar quem está com o vírus incubado já foi observada em milhares de pessoas que foram imunizadas inadvertidamente. É seguro. Não é recomendada pelo fato de somar um evento adverso no momento em que a pessoa pode estar ou desenvolver sintomas e isso pode ser um confundidor na interpretação do quadro clínico. Também não é o melhor momento porque a exposição à infecção natural já traz uma produção de anticorpos como resposta do organismo. Então não é necessário o imunizante logo após a infecção. O razoável é esperar 30 dias para dar a vacina nestes casos”, explicou Ruan.

O especialista ressalta que nos casos de os pais estarem contaminados com o coronavírus não faz sentido não considerar que o quadro da criança, mesmo assintomática, também seja de Covid e a recomendação é esperar os mesmos 30 dias para fazer a imunização. O infectologista também não aconselha fazer o teste na criança apenas para fazer a vacinação. “Não justifica porque mesmo que a criança esteja contaminada, a imunização é segura”, comentou.

Essa situação é vivenciada pela psicóloga Camila Campos, que enfrentou quadro de Covid nos últimos dias e preferiu esperar antes de imunizar a filha Amanda, 11 anos, que tem cardiopatia e poderia ser protegida da Covid neste momento. “Como não sabemos ao certo se ela foi infectada porque não foi possível fazer o teste e manifestou apenas febre leve, preferimos aguardar por mais um mês antes de fazer a vacinação”, explicou.

O médico explicou que mesmo assintomáticas as crianças podem produzir anticorpos, mas em menor número em relação aos sintomáticos. “Tem diversos estudos que observaram pessoas que desenvolveram a doença de formas sintomática e assintomática. Embora ainda haja controvérsia, nas pessoas assintomáticas a produção de anticorpos neutralizantes é mais baixa que nos sintomáticos, mas existe”, finalizou Ruan. 




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