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Doria vê desigualdade na corrida ao Estado

Pré-candidato do PSDB diz ser injusto França concorrer no cargo, enquanto outros tiveram de renunciar

Daniel Tossato
15/07/2018 | 07:00
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EBC


 Candidato do PSDB ao governo do Estado, o ex-prefeito de São Paulo João Doria criticou a desigualdade de condições na disputa pela cadeira principal do Palácio dos Bandeirantes. Tanto que, se eleito, prometeu ir ao STF (Supremo Tribunal Federal) para mudar algumas regras eleitorais.

“Não podemos permitir essa desigualdade de condições. Assim que for eleito governador, vou buscar uma alteração na lei que permita equidade entre os candidatos”, argumentou o tucano, em almoço com executivos de empresas filiadas à APJ (Associação Paulista de Jornais), à qual o Diário é associado, quarta-feira, na Capital.

A crítica de Doria tem nome e sobrenome: Márcio França (PSB). Eleito vice-governador na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), França foi alçado ao posto máximo do Estado com a renúncia do tucano, que é pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto. Enquanto França concorre ao Palácio dos Bandeirantes na cadeira de governador, Doria teve de renunciar ao posto de prefeito de São Paulo para disputar a corrida estadual.

Para o especialista em Direito Eleitoral Alberto Luís Rollo, mesmo que possa haver suposta desigualdade de condições na disputa, França não está desrespeitando a Constituição. “Caso o candidato concorra à reeleição, ele está amparado pela lei e não precisa se desincompatibilizar do cargo. Já para políticos que pleiteiam outros cargos, esses sim precisam se afastar de suas funções”, explicou Rollo, que, por sua vez, concordou com a tese de Doria. “Eu acredito que todos os candidatos deveriam se afastar de seus cargos para que pudessem disputar uma eleição de maneira mais justa.”

Doria ainda lembrou que Alckmin precisou deixar o governo para disputar o comando do Planalto, e que isso também seria injustiça. “Enquanto Geraldo está afastado para concorrer à Presidência da República, meu adversário, o Márcio Cuba, digo, o Márcio França, não. Ele pode fazer campanha usando a máquina.”

Curiosamente, Alckmin – que foi fiador de Doria na eleição à prefeitura da Capital – se beneficiou com as regras atuais do jogo. Em 1998, foi eleito vice-governador na chapa de Mário Covas. Em 2001, Covas morreu e Alckmin herdou o comando do Palácio dos Bandeirantes. No ano seguinte, concorreu à reeleição na cadeira e venceu aquele pleito.




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