A Recap (Refinaria de Capuava), unidade da Petrobras localizada em Mauá, concluiu neste mês os cursos gratuitos de qualificação profissional para trabalhadores da região que vão integrar a equipe da 37ªParada de Manutenção, que será realizada de 9 de janeiro a 23 de fevereiro. O treinamento ministrado pelo Senai para a refinaria capacitou 990 trabalhadores, dos quais aproximadamente 500 foram selecionados para atuar na parada. Os que passaram pelos cursos e não foram escolhidos terão os nomes incluídos no cadastro da Central de Trabalho e Renda de Santo André, para que empresas interessadas possam recorrer ao banco de dados para consultas, entrevistas e contratação.

A parada, que vai demandar investimento de R$ 60 milhões em serviços de manutenção e modernização das instalações, deverá envolver mais de 2 mil trabalhadores. Segundo o gerente de Recursos Humanos da Recap, Marco Aurélio Nogueira de Souza, as 40 horas de cursos de operador de caldeiraria, eletricista e montador de andaime envolveram uma atenção especial em relação à conscientização quanto à segurança do trabalho. Depois dos cursos, a companhia realiza atividade de integração com os selecionados para passar informações gerais sobre a unidade de Capuava, instruções sobre as áreas de atuação e orientações sobre segurança no trabalho.

Souza disse que ainda há cerca de 700 pessoas a serem admitidas, mas salientou que o número inclui os que já fazem parte de equipes de empresas terceirizadas contratadas para prestar serviços à refinaria. Ele não soube precisar dessa forma quantas vagas restariam, mas acrescentou que, para concorrer aos postos remanescentes, é necessário se cadastrar na Central de Trabalho e Renda e ter experiência na área de atuação.

Modernização – Com a Parada de Manutenção, a Petrobras tem dois objetivos: um deles é garantir a confiabilidade operacional da refinaria e outro é realizar melhorias nos processos tecnológicos.

Dos R$ 60 milhões, R$ 45 milhões serão para modernizar a Unidade de Craqueamento Catalítico de Resíduos e permitir melhor desempenho, maior aproveitamento energético com o aumento da produção de vapor e ganho ambiental com a redução do consumo de gás combustível e água de caldeira. A companhia realiza a parada técnica de quatro em quatro anos e na última, em 1999, houve o investimento na unidade de craqueamento, que possibilitou a produção de gasolina e GLP (gás de cozinha) na Recap.

Segundo o gerente geral da parada, Alexandre Jardim, com as mudanças, poderá haver a ampliação de 10% na capacidade de produção da refinaria (nafta, diesel, gasolina e GLP), que corresponde ao processamento de 8 mil m³ por dia de petróleo ou 50 mil barris/dia.

Além da modernização, R$ 15 milhões restantes serão para inspeção dos equipamentos e para troca de peças que se desgastaram com o uso. “A refinaria é feita para operar continuamente, mas, com o tempo, os equipamentos vão se desgastando”, afirmou Jardim. Com ganhos em confiabilidade e a adoção de equipamentos para otimização do consumo de energia, há a perspectiva de melhora da rentabilidade. Uma das menores refinarias da Petrobras, a unidade de Mauá já é uma das mais rentáveis da companhia.