O gradil da Avenida Prestes Maia, na altura do Viaduto Tamarutaca, em Santo André, foi destruído mais uma vez. A proteção é depredada constantemente, principalmente por moradores de rua, que retiram as grades para atravessar a via sem recorrer à passarela. Somente em 2015, a Prefeitura efetuou reparos no local pelo menos 26 vezes.

Segundo vizinhos, o problema é antigo. “Desde que colocaram essas grades que isso acontece. Eles quebram as coisas e alguns usam drogas. Parece a Cracolândia”, afirma a auxiliar de limpeza Maria Lúcia de Paula, 50 anos.

No canteiro central, há abrigos feitos com sacos de lixo e colchões. Por todo o canto, plásticos, dejetos e restos de comida estão espalhados. A ocupação gera insegurança. “Aquilo ali é um inferno. Dá medo passar ali às 6h. Nunca aconteceu nada comigo, mas ouvi muita gente contando que foi assaltada”, diz Rosilene Justina da Silva, 59.

As condições em que vivem as pessoas chamam a atenção de alguns. “É triste. Ficam no meio do lixo”, lamenta Maria do Carmo Silva, 72, que trabalha em uma barraca de comida na Fundação Santo André.

Para ela, nem todos os moradores de rua estão ali para roubar. “As pessoas falam isso, mas alguns vêm aqui e pedem para vigiar os carros”, conta.

Para outros, o cenário já não surpreende. “Só passo de carro ou ônibus, então, é indiferente para mim. Não tenho medo nem me incomoda”, diz o estudante de engenharia elétrica Rafael Barronuevo, 28.

A Prefeitura foi procurada para informar quando será feito o conserto da grade, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.