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Descoberto esqueleto bípede mais antigo do mundo
Da AFP
05/03/2005 | 17:52
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O esqueleto bípede mais antigo do mundo, de 3,8 milhões a 4 milhões de anos, foi descoberto no norte da Etiópia. O achado ocorreu a 60 km do local onde foi encontrado, em 1974, o esqueleto de Lucy, até então o mais antigo de um bípede já encontrado, anunciou neste sábado uma equipe de paleontologistas.

"É o bípede mais antigo do mundo. Sua descoberta revolucionará a forma de observar a evolução da humanidade", comemorou um dos pesquisadores da equipe, o diretor do museu de história natural de Cleveland (Ohio, Estados Unidos), Bruce Latimer.

O primeiro osso foi descoberto há três semanas na região de Afar (noroeste). O osso do tornozelo, encontrado entre os restos, permitiria demonstrar que era bípede, segundo a equipe de pesquisadores, dirigida por Yohannes Haile Selasie e Latimer. "Hoje não seria possível explicar com detalhes como caminhava, mas vendo o tornozelo sabemos que caminhava", disse Latimer em entrevista coletiva no museu nacional etíope.

No total foram descobertos 12 fósseis de hominídeos, entre os quais várias partes de um único esqueleto. "As partes que encontramos até agora compreendem uma tíbia completa, partes de um fêmur, costelas, vértebras, uma clavícula, a pélvis e um omoplata completo de um adulto", acrescentou o comunicado de imprensa.

"Temos Lucy (de 3,2 milhões de anos), que andava como nós, e temos (restos do) Ardipitecus ramidus, de 4,4 milhões de anos", continuou. "Este esqueleto vai nos ajudar a compreender o que aconteceu entre os dois, como começou a andar sobre duas pernas, algo que jamais tivemos anteriormente", continuou Bruce Latimer.

Apesar do reconhecimento de que Lucy era bípede, os Ardipitecus ramidus, descobertos pela primeira vez em 1994 na Etiópia, são considerados ancestrais do homem por alguns cientistas e de grandes símios por outros.

"Normalmente encontrar um osso ou dois de um indivíduo já é satisfatório, aqui encontramos um esqueleto parcial, algo extremamente raro. (...) Um esqueleto não é uma massa de ossos, permite dizer mais coisas sobre o indivíduo do que partes isoladas", explicou Latimer. "No entanto, ainda temos que reconstruir várias peças e ainda não terminamos de desenterrar tudo", acrescentou o doutor Yohannes Haile Selassie, paleontologista etíope do museu nacional de Adis Abeba.

Os cientistas têm que determinar agora o sexo da espécie à qual pertence este esqueleto. "Está claro que este indivíduo é maior que Lucy, suas pernas são mais longas (...) e no entanto é mais velho, o que é muito estranho", admitiu Latimer.

Este esqueleto parcial seria o quarto esqueleto de hominídeo descoberto até agora, depois de Lucy, de um esqueleto de Ardipitecus ramidus descoberto na Etiópia, em 1994, e de outro esqueleto de hominídeo na África do Sul.




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