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Delegado diz que assassino de casal desaparecido é 'psicopata'
Por Do Diário OnLine
12/11/2003 | 00:08
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O delegado titular de Embu-Guaçu, José Ademir, afirmou nesta terça-feira que o menor que matou o casal de namorados que estava acampando na região é um "psicopata, um desequilibrado". Em depoimento, R.A.A.C., 16 anos, teria dito que matou brutalmente Liana Friedenbach, da mesma idade, "porque deu vontade".

De acordo com o exame do Instituto Médico Legal (IML), a jovem foi morta possivelmente na manhã do último domingo — o que significa que ficou quase dez dias em poder do assassino. Liana sofreu mais de 15 golpes contundentes de faca no pescoço, tórax e nas costas. A polícia não descarta a hipótese de Liana ter sofrido todo o tipo de violência durante o período de cativeiro. Felipe Silva Caffé, 19 anos, foi morto com um tiro na nuca, provavelmente entre a noite sábado (dia 1º) e a manhã de domingo (2).

O delegado titular da Delegacia de Pessoas Desaparecidas do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Paulo Koch, afirmou que o menor já era acusado por um homicídio e costumava realizar furtos e roubos na área. Para ele, o assassinato do casal mostra a "monstruosidade" do acusado.

Ele acredita que a jovem tenha sido vítima de abusos sexuais. Para ele, a morte da menina foi motivada exclusivamente pela "maldade" de R..

Os policiais chegaram ao acusado após um morador da área afirmar que havia visto o menor com uma jovem de cabelos e olhos claros. O denunciante teria estranhado o fato de a menina permanecer o tempo todo calada e avisou a polícia.

Versões - As versões apresentadas pelo menor para o crime ainda são conflitantes. Inicialmente ele havia dito que o praticou sozinho, depois disse que um comparsa, identificado pelo apelido ‘Pernambuco’, também está envolvido nas mortes. Ele ainda continua foragido.

Pernambuco teria ido de São Paulo à região de Embu-Guaçu após Liana ter dito ao menor que sua família tinha dinheiro para pagar um resgate por ela. Segundo o menor, inicialmente a intenção era apenas roubar o casal.

Na tarde desta terça-feira, a polícia prendeu mais um suspeito de envolvido no crime. Identificado pelo nome Agnaldo, ele teria sido o comparsa de R. no assassinato de Liana.

Um dos locais usado como cativeiro já foi encontrado. É uma casa de quatro cômodos, sem energia elétrica. O menor informou que passou por várias localidades durante o tempo em que esteve com as vítimas.

Sadismo - A mãe de Felipe, Lenice Silva Caffé, afirmou em entrevista à Rádio Joven Pan que o crime foi uma "dura maldade, sadismo puro". Ela ressaltou que seu filho "não era de briga" e avaliou que os assassinos escolheram o casal como vítima por uma "questão de oportunidade".

Os policiais reafirmaram que o local onde os jovens acamparam é extremamente perigoso. O dono do sítio onde as vítimas estavam, Manoel Espírito Santo, abandonou a área há mais de um ano após ter sido atacado por assaltantes. Ele foi vítima de golpes de facão e passou várias semanas internado.

Frieza - O irmão do acusado, identificado como Gilberto, disse que a família do menor ficou surpresa com a ligação dele no caso. R. teria visto a repercussão do desaparecimento das vítimas em reportagens de televisão, mas, de acordo com Gilberto, não esboçou qualquer emoção.

Ele e sua mãe estão no Fórum de Embu-Guaçu, onde o acusado presta depoimento nesta terça-feira.

Enterro- O corpo de Liana foi enterrado na tarde desta terça-feira, no Cemitério Israelita do Butantã, na zona Oeste de São Paulo. Sua família divulgou uma nota agradecendo ao carinho das pessoas nos últimos dias, mas pediu para ter sua intimidade respeitada neste momento de dor.

O sepultamento de Felipe também aconteceu nesta tarde, no cemitério da Vila Alpina (zona Leste), e foi acompanhado por cerca de 200 pessoas. Uma bandeira do Corinthians cobriu seu caixão.

Com informações da Rádio CBN e das TVs Record e Bandeirantes




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